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Bulgária/Demissão Governo

Bulgária: 9° dia consecutivo de manifestações exigindo demissão do governo

Milhares de manifestantes concentraram-se de novo esta sexta-feira e pelo nono dia consecutivo frente à sede do governo e do Palácio de Justiça, no centro de Sófia, a capital búlgara, para exigir a demissão do Governo liderado pelo conservador Boiko Borisov, acusado de corrupção e de ligações oligárquicas, no país mais pobre da União Europeia.

Milares de cidadãos búlgaros manifestam na capital Sófia, para exigir a demossão do governo de Boiko Borissov em conflito aberto com o Presidente Rumen Radev.
Milares de cidadãos búlgaros manifestam na capital Sófia, para exigir a demossão do governo de Boiko Borissov em conflito aberto com o Presidente Rumen Radev. AFP
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Com slogans e cartazes onde se pode ler “defender a democracia”, "demissão", "mafia" ou ainda "voltaremos todos os dias", 18 mil manifestantes marcharam esta quinta-feira (16/07) nas ruas de Sófia, bloqueando a circulação no centro da capital búlgara durante sete horas, depois de saírem das imediações da sede do Governo, local onde regressaram para terminar o protesto.

Os manifestantes garantem que os protestos só terminarão, quando forem convocadas eleições e caso o governo de centro-direita de Boiko Borisov não se demita, o próximo passo será o corte de estradas e vias ferroviárias.

Os manifestantes pedem também a demissão do Procurador Geral, Ivan Guechev, que acusam de "parcialidade" e que na semana passada mandou efectuar uma rusga aos escritórios de dois conselheiros do Presidente Rumen Radev, próximo dos socialistas, que denuncia o "carácter mafioso" do governo e exige a sua demissão.

O primeiro-ministro Boiko Borisov, no poder há 10 anos quase sem interrupção, tem recusado ceder à pressão dos manifestantes da oposição e do Presidente Rumen Radev.

Boiko Borisov não descarta, contudo, promover mudanças importantes no seu executivo e na quarta-feira (15/07) exigiu a renúncia dos ministros das Finanças, do Interior e da Economia, anunciada oficalmente esta quinta-feira (16/07).

Mas a coligação entre conservadores e ultranacionalistas, que governa a Bulgária desde 2017, decidiu “congelar” essas renúncias, segundo fontes do executivo.

A equipa do Governo irá manter-se inalterada até à votação, na próxima terça-feira, 21 de Julho, de uma moção de censura contra o Governo, por corrupção, apresentada a 16 de Julho pelo Partido Social Democrata.

Esta moção de censura não deverá no entanto ser aprovada, visto que a maioria no Parlamento pertence à coligação que governa a Bulgária, formada pelo GERB, de Boiko Borisov, e pela aliança de partidos ultranacionalistas do Patriotic United.

Mudanças no Governo são esperadas após a moção de censura, será uma grande reforma. Os colegas  - do United Patriots - convenceram-me a não fazer mudanças agora”, afirmou o primeiro-ministro à rádio búgara BTV.

Na quarta-feira (15/07) a coligação garantiu que não deixará o poder e que não haverá eleições antes do momento previsto, na primavera de 2021.

A tensão política na Bulgária tem em pano de fundo o conflito entre o primeiro-ministro e o chefe de Estado.

Boiko Borisov acusou quinta-feira (16/07) novamente o Presidente Rumen Radev, de incitar os protestos e de pôr em risco a estabilidade do Estado.

Durante a tarde de quarta-feira (15/07) vários meios de comunicação locais receberam por correio eletrónico um vídeo, aparentemente gravado através de um telemóvel, no qual se veem grandes quantidades de notas, barras de ouro e uma arma em quartos da casa do primeiro-ministro.

Boiko Borisov acusou Rumen Radev de estar por detrás da divulgação daquelas imagens, assegurando que estas são falsas e manipuladas.

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