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Europa

Macron apela a reforço da "soberania europeia"

Macron volta a pedir “respostas claras” do eixo franco-alemão para se avançar em termos de "elementos de soberania a nível europeu", perante a liderança americana e os avanços da China. EUA garantem exagero no diagnóstico de que NATO está em "morte cerebral'.

O presidente francês durante a 56° conferência de Segurança de Munique, na Alemanha
O presidente francês durante a 56° conferência de Segurança de Munique, na Alemanha CHRISTOF STACHE / AFP
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Os americanos tentam convencer os europeus, na Conferência de Segurança de Munique (MSC), no sul da Alemanha, que decorre desde sexta-feira até domingo, de que a aliança transatlântica não está em "morte cerebral".

No discurso de abertura, esta exta-feira, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ter como lema o de que cada país deve "colocar os seus próprios interesses acima dos interesses de todos os outros".

Frank-Walter Steinmeier considera, ainda assim, fundamental preservar a aliança transatlântica com os EUA já que lembrou que "a UE sozinha não pode, mesmo a longo prazo e apesar de todo o progresso, garantir a segurança de todos os seus membros". 

Recorde-se que também já o presidente francês, Emmanuel Macron, em Novembro do ano passado, veio considerar que a NATO se encontra em estado de "morte cerebral", já que no seu entender não existe "qualquer coordenação em decisões estratégicas entre os EUA e os seus parceiros da NATO".

Na altura, Macron sublinhou ainda que os norte-americanos parecem estar a "virar as costas" aos parceiros europeus.

Face ao incómodo e desconfiança que Trump lançou nos países europeus com o lema de campanha "America First" (América Primeiro), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, veio este sábado rejeitar as críticas ao argumentar que os americanos contribuíram para reforçar a fronteira europeia com a Rússia ou lideraram uma aliança internacional para combater o grupo terrorista Estado Islâmico.

"Tenho o prazer de informar que a ideia de que a aliança transatlântica está morta é muito exagerada", ironizou Pompeo.

No entanto, pouco tempo depois, o chefe de Estado francês, que sucedeu a Pompeo no púlpito, veio reiterar que a política americana se está a fechar sobre si própria e a "reconsiderar a sua posição face à Europa".

Assim, Macron defende que a "Europa se deve reavivar enquanto potência política, estratégica".  

Em conversa com os jornalistas, à margem da conferência, Macron voltou mesmo a pedir “respostas claras” do eixo franco-alemão, perante os desafios colocados pelo aliado norte-americano e perante os avanços da China.

“A chave, nos próximos anos, é avançar muito mais rapidamente nos elementos de soberania a nível europeu”, disse, ao destacar as questões relacionadas com a segurança,o que contrasta com a posição mais moderada e cautelosa manifestada por Angela Merkel neste tipo matérias.

Face a estas divergências públicas, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu para que se evite uma "competição" entre a Europa e os Estados Unidos, sob o risco de "destacar as nossas diferenças, minimizando os nossos pontos fortes".

A Conferência de Segurança de Munique (MSC), no sul da Alemanha é uma reunião diplomática e de defesa em que participam delegados de mais de 40 países, debate nesta edição o futuro do Ocidente e, em particular, da União Europeia.

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