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Política/França/União Europeia

Macron exorta a um dialogo europeu sobre armamento nuclear

No âmbito de um discurso pronunciado nesta sexta-feira, na Escola de Guerra de Paris, o Presidente Emmanuel Macron lançou um apelo ao diálogo sobre a postura estratégica da União Europeia, perante a evolução, nomeadamente da geografia das armas nucleares. Defendendo a necessidade de colocar a dissuasão nuclear ao serviço dos europeus como "efeito estabilizador", o chefe de Estado francês sublinhou todavia, que o arsenal nuclear da França não é apontado contra nenhum país.

O Presidente Emmanuel Macron durante o seu discurso sobre estratégia de defesa europeia, ,na Escola de Guerra de Paris. 07 02 2020
O Presidente Emmanuel Macron durante o seu discurso sobre estratégia de defesa europeia, ,na Escola de Guerra de Paris. 07 02 2020 Reuters
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O Presidente francês, Emmanuel Macron apelou na sexta-feira as nações da Europa a desempenhar um papel mais consequente no que toca à não-proliferação das armas nucleares através do mundo.

Num discurso pronunciado diante dos alunos oficiais da Escola de Guerra de Paris, o chefe de Estado francês considerou que, na falta de um quadro legal, os europeus poderão ser confrontados com uma corrida aos armamentos convencionais.

Emmanuel Macron lançou um apelo para que os países europeus encetem um diálogo estratégico, considerando que geopoliticamente a Europa não deve continuar a assumir um papel de espectador perante os Estados Unidos, a China e a Rússia.

Emmanuel Macron realçou a importância da dissuasão nuclear, como efeito estabilizador, e sublinhou que o arsenal nuclear francês não é apontado para seja qual for o país, mas sim visa impedir a guerra.

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Presidente Emmanuel Macron 07 02 2020

"A estratégia nuclear da França visa fundamentalmente a impedir a guerra. As nossas forças nucleares não estão apontadas para nenhum país. Eu reitero aqui que a França nunca será envolvida numa batalha nuclear, nem em qualquer género de resposta graduada.

Além disso, as nossas forças nucleares desempenham um papel dissuasivo próprio, nomeadamente na Europa. Elas reforçam a segurança na Europa, já pelo facto da sua própria existência.E por isso elas têm uma dimensão europeia.

A este respeito a nossa independência ,em matéria de decisão, é plenamente compatível com uma solidariedade inabalável para com os nossos parceiros europeus.
 

O nosso compromisso em relação à sua segurança e defesa, é a expressão natural da nossa solidariedade ,cada vez mais estreita.Sejamos claros!

Os interesses vitais da França têm de agora em diante uma dimensão europeia". (Emmanuel Macron)

Depois retirada do Reino Unido da União Europeia, a França torna-se o único país do bloco europeu a possuir um arsenal nuclear.

Os Estados Unidos e a Rússia deixaram de implementer o tratado para o controlo das Forças Nucleares de Médio Alcance. Ambos os países imputam-se mutuamente a responsabilidade pela não aplicação do referido acordo.

Além disso a administração americana ameaça retirar-se do NEW START(sigla em inglês),tratado para a redução dos armamentos, quando este expirar no final de 2020.

O Presidente francês, Emmanuel Macron considera que no caso de haver negociações abrangentes, em matéria de redução dos armamentos, os europeus devem participar nas mesmas como partes interessadas e signatários, porque a Europa é o território mais ameaçado.

A Alemanha, em particular, permanece fortemente oposta às armas nucleares, não obstante o facto de  Johann Wadephul, dirigente importante da CDU,partido de Angela Merkel, ter afirmado durante a semana, que a França devia avaliar a hipótese de colocar o seu arsenal nuclear, sob a égide da União Europeia e da NATO.

Emmanuel Macron apelou os parceiros europeus da França a encetar um "diálogo estratégico" .
 

 

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