Nomeação complicada do juiz Kavanough para Supremo americano
O Senado americano está em polvorosa, onde se mistura política e sexo, por ocasião da votação para confirmar ou rejeitar a nomeação para o Supremo Tribunal do juiz Kavanough, acusado por uma mulher de agressão sexual, ao tempo em que andavam no liceu. O juiz nega essas acusações.
Publicado a: Modificado a:
É num clima de vivas tensões políticas e de emoções fortes que começa hoje no Senado americano a votação de confirmação ou não do juiz Brett Kavanough para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos.
Os 11 republicanos da comissão da justiça do Senado chegaram a acordo para que a primeira ronda de votação ocorra hoje às 17horas TMG, enquanto os 10 democratas da mesma comissão disseram que não irão a voto e muitos deles da bancada democrata abandonaram a sala em sinal de prostesto.
É que este voto de Kavanough ocorre depois duma autêntica quinta-feira de drama, com ele e Christine Ford, ouvidos na comissão da justiça do Senado, para dirimir sobre acusações de agressão sexual que a psicóloga fez contra o juiz, agressões sexuais que teriam ocorrido há 35 anos quando andavam no liceu.
Sob juramento, a psicóloga Christine Ford reafirmou as acusações que já tinham aparecido nos meios de comunicação social, refirmando que o juiz, tentou violá-la, na companhia doutros 3 rapazes, completamente bêbados.
Mas, a psicóloga Ford, testemunhou, com muitas lacunas de memória, não sabendo situar o local onde teria ocorrido a putativa violação, nem tão pouco, se ela também estava bêbada e como regressou à casa.
Logo a seguir, foi ouvido, igualmente, pela comissão da justiça do Senado, o juiz Brett Kavanough, que desmentiu as acusações da psicóloga, dizendo que nunca a violou e nunca violou nenhuma mulher, ao longo de toda a sua vida.
Contudo, o juiz Kavanough, não conseguiu convencer, quando questionado sobre o seu problema com o álcool e a sua agressividade dos tempos do liceu e estudante da Faculdade de Direito de Yale.
Kavanough, é o candidato escolhido pelo Presidente Donald Trump, para ocupar um lugar vago no Supremo Tribunal, mas a sua nomeação que é vitalícia, tem de ser confirmada por uma maioria dos senadores.
Uma nomeação que se apresenta difícil, porque os democratas disseram desde o começo que não votariam nele, porque é um juiz conservador, contra o aborto e a favor de porte de armas.
Mesmo nas fileiras dos republicanos tem havido vozes discordantes, sobretudo, depois das acusações de agressões sexuais da psicóloga e nos últimos dias de outras 3 mulheres, que dizem ter sido vítimas de tentativa de assédio sexual do juiz.
Os republicanos e o Presidente Donald Trump, que reafirmou, ontem, a sua confiança no juiz, denunciam uma operação política e sexual para denegrir a imagem do juiz Kavanough, de modo a impedir a sua nomeação para o Supremo.
É que para além desta nomeação de um juiz ao Supremo o país vai a eleições legislativas intercalares em novembro e os democratas querem destronar os republicanos nas duas câmaras onde têm uma fraca maioria, sobretudo no Senado.
Efectivamente, no Senado, os republicanos dispõe de 51 senadores e os democratas 49 senadores, bastando 1 senador republicano votando não para o juiz Kavanough ser chumbado.
Esperemos pois por esta maratona que começa hoje na comissão da justiça do Senado e termina nos próximos dias com uma votação final na plenária.
Senado americano e a polémica nomeação do juiz Kavanough para Supremo Tribunal
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro