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Venezuela

Parlamento Europeu entrega Sakharov à oposição venezuelana

O Parlemento Europeu entregou esta quinta-feira o prémio Sakharov 2017 à oposição democrática venezuelana "pela liberdade de espírito" e aos prisioneiros políticos. A decisão foi tomada durante a reunião dos presidentes dos grupos políticos do parlamento.

Parlamento Europeu entrega Sakharov à oposição venezuelana
Parlamento Europeu entrega Sakharov à oposição venezuelana REUTERS/Marco Bello
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Os eurodeputados decidiram homenagear a Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pela oposição e presidida por Julio Borges, e os presos políticos Leopoldo Lopez e António Ledezma. Os outros dois finalistas eram Dawit Isaak, jornalista e autor sueco de origem eritreia, preso em 2001 pelas autoridades de Asmara, e à guatemalteca Aura Lolita Chavez Ixcaquic que incarna a luta pelos direitos das populações autóctones.

Este ano a oposição democrática na Venezuela era a favorita e tinha sido proposta pelos deputados europeus de direita, centro direita e pelos liberais. Os eurodeputados explicaram a escolha pelo facto de quererem chamar a atenção para a situação " consideravelmente degradada nos últimos meses" em matéria de direitos humanos, onde "depois do início do ano, mais de 100 opositores foram assassinadas e mais de 500 foram detidos arbitrariamente".

Em entrevista à RFI a eurodeputada do Partido Social Democrata, Claudia Monteiro de Aguiar, mostra-se satisfeita com a atribuição do prémio Sakharov à oposição venezuelana e diz que "é uma mensagem clara de reconhecimento da Europa para com todos aqueles que lutam diariamente contra algumas atitudes e acções que violam claramente os direitos humanos".

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Claudia Monteiro de Aguiar, eurodeputada do PSD

Oposição dividida

Esta homenagem chega numa altura em que a oposição ao Presidente socialista está mais dividida do que nunca. Quatro dos cinco governadores regionais da oposição, recentemente eleitos, tomaram posse perante a Assembleia Constituinte, exclusivamente composto por apoiantes de Nicolas Maduro.

Trata-se de uma reviravolta, tendo em conta a posição inicial da Mesa para a Unidade Democrática -MUD. A coligação de cerca de 30 partidos, da esquerda moderada à direita, que queriam boicotar a Constituinte por não lhe reconhecer a legitimidade. Como forma de protesto, o ex-candidato às presidenciais Henrique Capriles bateu a porta à MUD, denunciando uma traição.

O governo venezuelano que foi o grande vencedor das eleições regionais de 15 de Outubro, depois de ter conquistado 18 das 23 regiões, já veio ameaçar de destituição os governadores que não tomem posse diante da Assembleia Constituinte. As divisões no seio da oposição beneficiam o Presidente Nicolas Maduro, que tinha sido afectado por uma vaga de manifestações que exigiam a sua saída. O chefe de Estado encontra-se assim em posição de força diante das próximas eleições eleitorais que devem ter lugar em 2019.

O prémio Sakharov foi criado em 1988

O prémio Sakharov foi criado em 1988, cujo o nome está ligado ao cientista soviético dissidente Andreï Sakharov, distingue todos os anos personalidades que se destacaram na defesa dos direitos humanos e pela liberdade de expressão. No ano passado o prémio foi entregue a duas mulheres yazidis do Iraque, escravizadas sexualmente durante meses pelo grupo do Estado Islâmico, e em 2015 ao bloger saudita Raef Badaoui, detido por ter "insultado o islão".

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