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China

Recta final do congresso do Partido comunista chinês

Na China, o congresso do partido comunista chinês está a chegar ao fim, no dia 25, mas para lá das quatro paredes, dissidentes e críticos ao regime são detidos. É o caso de Hu Jia, um dos militantes dos direitos humanos mais conhecidos e prémio Sakarov do Parlamento europeu que foi afastado à força de Pequim.

Presidente Xi Jimping no congresso do partido comunista de 18 a 25 de outubro de 2017.
Presidente Xi Jimping no congresso do partido comunista de 18 a 25 de outubro de 2017. REUTERS/Aly Song
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O 19° Congresso do Partido communista chinês, iniciado no dia 18 termina no dia 25, congresso donde sairá reforçado o seu actual líder e presidente da China, Xi Jinping, que remodelará a sua direcção, dominada pelos seus homens.

É nesta China de Xi Jinping, dirigido por um regime de Partido único de ideologia comunista, mas onde o comunismo, que historicamente, sempre defendeu o colectivismo e o ódio ao capitalismo, onde há cada vez mais ricos.

Bilionários cuja maioria pertence ao Partido Comunista, ou na esfera próxima dos círculos do poder e propriamente do Presidente Xi Jinping e dos seus homens.

Uma riqueza construída com base na corrupção e onde pessoas educadas sob a cartilha do comunismo, já não têm medo de dizer que gostam de dinheiro e que querem ser ricas.

"Mao Tsé Tung, Marx e Lenine, ficariam perdidos entre os arranha-céus de Pequim e Shangai, ou os casinos de Hong Kong e Macau.

"Eu quando pequeno, nos anos 1960-1970, aprendi na escola que ser do Partido, era ser gente de bem, era defender o socialismo", conta  Liu Shimin, 53 anos, ex-operário de uma empresa estatal.

"Hoje, continua ele, o lado ideológico, deixa-me desorientado: o comunismo tornou-se algo tão vago, que ninguém pode dizer que isso vai acontecer".

Mas, a verdade é que o Partido comunista, que adoptou o sistema de economia de mercado socialista, tem os seus bilionários, a nível económico-financeiro, enquanto a nível político-ideológico, tem os seus dissidentes, que enchem as prisões do país, dirigido com mão de ferro por Xi Jinping.

Perseguição, tortura, censura e centralismo democrático, continuam a destruir vidas humanas, na China de Jinping e seus camaradas bilionários.

Entre os dissidentes e uma das vozes mais críticas do sistema, tem lugar de destaque, Hu Jia, detentor, do prémio Sakarov, do Parlamento europeu.

Durante este Congresso do Partido comunista chinês, ele foi afastada de Pequim, pela polícia política chinesa, para não fazer ondas.

Levado de uma cidade para um lugarejo qualquer, pela polícia, para perder a noção do tempo e do espaço, ele vai dizendo ao mundo, que cm Xi Jinping, ou com outro líder, a China, vai continuar na mesma: na escuridão total.

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Hu Jia, militante chinês dos direitos humanos perseguido pelo regime chinês

"Fui forçado a deixar Pequim acompanhado pela polícia. Primeiro fomos a Dali no Yunan e agora estou a caminho de Beihei. A minha viagem terminará com o fim das medidas de segurança tomadas pelo congresso do partido.

Não sou um homem livre (...) e pouco importa que seja Xi ou outro o chefe do partido, tudo continuará na mesma. Eles protegerão aos seus interesses.

A China continuará a erigir uma grande muralha ainda maior para amordaçar a Internet. Viveremos pois no inferno, os internautas serão como sapos vivendo na escuridão, no fundo de poços".

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