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Reino Unido / Literatura

Nobel de Literatura para Kazuo Ishiguro

O Prémio Nobel de Literatura foi hoje atribuido ao escritor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, cuja quase totalidade da obra está traduzida em português com destaque para "Os despojos do dia" galardoado com o Booker Prize, adapatado para o cinema por James Ivory, com Anthony Hopkins e Emma Thompson como principais protagonistas.

O autor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, vencedor do Prémio Nobel de Literatura.
O autor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, vencedor do Prémio Nobel de Literatura. REUTERS/Mike Segar/File Photo
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Kazuo Ishiguro nasceu em Nagasáqui a 8 de Novembro de 1954 e quando tinha 5 anos a sua família mudou-se para o Reino Unido, onde ele se licenciou em inglês e filosofia em 1978 e obteve um mestrado em escrita narrativa em 1980, tendo depois escrito sete romances, cinco livros de contos, quatro argumentos para cinema e televisão e ainda sete canções para a cantora de jazz norte americana Stacey Kent.

Kazuo Ishiguro escreveu toda a sua obra em inglês e recebeu em 1995 a Ordem do Império Britânico pelos seus serviços prestado à literatura, tem a sua obra traduzida em 28 línguas, mas a sua empatia com a cultura nipónica reflecte-se na sua expressão literária.

Começou por publicar contos na revista literária Granta e o seu primeiro romance "As colinas da Nagasáqui" é uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, seguiu-se em 1986 por "Um artista num mundo transitório", narrado na primeira pessoa por um pintor, no qual ele evoca a ameaça do nacionalismo e cujo enredo se situa em Nagasáqui pouco depois da segunda guerra mundial, um olhar sobre como a guerra influenciou a sua vida.

Segundo a Academia Sueca os temas centrais da sua obra - a memória, o tempo, a desilusão de si próprio - evidenciam-se a partir deste romance, mas a sua preocupaçao com a memória e o esquecimento, é particularmente relevante no seu mais conhecido romance de 1989 "Os despojos do dia", que foi galardoado em 1989 com o Prémio Booker, o maior prémio de literatura na Grã Bretanha, um livro no qual Ishiguro regressa em filigrana às suas origens e ao princípio de lealdade absoluta ao mestre.

Traduzidos para português estão ainda "Os Inconsolados" de 1995 vencedor do Chetenham Prize, "Quando eramos orfãos" de 2000,  "Nunca me deixes" de 2005 um romance distópico sobre a clonagem, também adaptado para o cinema em 2010 pelo realizador Mark Romanec, o livro de contos "Nocturnos" de 2009 também escrito na primeira pessoa e o último "O gigante enterrado" publicado em 2015 após 10 anos de interregno, inspirado no "Senhor dos Anéis" de Tolkien, uma viagem sobrenatural em mundos de criaturas imaginárias.

"Um escritor de grande integridade, com romances de grande força emocional, num universo estético só seu, que revelam o abismo da nossa ilusória sensação de conforto em relação ao mundo, um escritor brilhante interessado em compreender o passado, não para o redimir, mas para revelar o que temos de esquecer, para podermos sobreviver enquanto indivíduos e sociedade, uma mistura entre Jane Austen e Franz Kafka com um pouco de Marcel Proust" afirmou hoje a secretária permanente da Academia do Nobel Sara Danius.

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