Migrantes mártires do Mediterrâneo
Os migrantes que tentam chegar à Europa pelo mar Mediterrâneo continuam a ser vítimas de maus tratos. Esta semana, traficantes de migrantes ilegais atiraram 300 cidadãos africanos ao mar perto da costa do Iémen. Segundo a OIM 29 pessoas perderam a vida e 22 estão desaparecidas. Numa altura em que pescadores tunisinos continuam a impedir navio de extrema-direita C-Star de atracar.
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Uma rede de traficantes que transportam refugiados e migrantes pelo Golfo do Áden até ao Iémen obrigaram 300 cidadãos africanos a saltarem fora do barco do qual estavam a ser ilegalmente transportados.
A informação é avançada pela Organização Internacional para as Migrações que, em comunicado, descreve ter encontrado valas comuns com 29 corpos de migrantes numa praia na província de Shabwa, enterrados pelos que sobreviveram dessa travessia.
Segundo a OIM, desde o início do ano 55.000 pessoas deixaram o Corno de África rumo ao Iémen, país instável que vive, desde Março de 2015, em plena guerra civil que já tirou a vida e pelo menos 10 mil pessoas.
Nas últimas semanas, o navio C-Star continua a ser notícia, depois de vários relatos darem conta das tentativas deste dificultar operações de resgate de refugiados no mar Mediterrâneo.
A tripulação do navio está conotada com um grupo de extrema-direita francês, o Génération Identitaire, e pretendem impedir a entrada de migrantes na Europa.
Na segunda-feira, 7 de Agosto, o navio enfrentou a oposição de pescadores tunisinos e foi impedido de atracar no porto de Zarzis, perto da fronteira com a Líbia.
Este grupo de extrema-direita já foi mandado parar no Chipre e na Sicília, mas ainda assim não o tem impedido de continuar a missão de dificultar operações de resgate no mar Mediterrâneo.
Nos últimos três anos, mais de dez mil pessoas já perderam a vida a tentarem chegar à Europa através do mar Mediterrâneo.
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