G20 diz adeus a Hamburgo e marca encontro para Argentina
Terminou em Hamburgo, na Alemanha, a cimeira dos chefes de estado e do governo do G20, cuja edição pôs a tónica, no aquecimento global, comércio internacional, desenvolvimento de África ou, no quadro de encontros bilaterais, Trump e Putin, que conseguiram um cessar-fogo, para o sul da Síria, que entra em vigor, este domingo.
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A cimeira de Hamburgo, cidade do norte da Alemanha, dos chefes de Estado e do governo do G20, terminou, este sábado, 8 de julho, com um comunicado final, a realçar que os países membros, exceptuando os Estados Unidos, reafirmaram a importância do tratado de Paris, o COP-21, que é irreversível.
Mesmo assim, Washington, conseguiu que fosse incluído no comunicado de Hamburgo, uma frase que valida a sua vontade, por meios próprios, em desenvolver um uso "mais limpo" de energias fósseis.
O Presidente francês, Macron, desdobrou-se em contactos, convidando os representantes dos outros países, para uma nova conferência sobre o clima, em Paris, em dezembro, deste ano, em "busca de fundos públicos e privados".
Sobre o comércio, o G20 chegou a um compromisso de fachada entre comércio livre e regulação.
O G20 reafirmou o seu compromisso em lutar contra o proteccionismo, algo que à partida não era um dado adquirido, mas reconheceu aos países membros o direito ao uso de instrumentos legítimos de defesa comercial.
De Hamburgo saiu igualmente um cessar-fogo, que entra em vigor, amanhã, 9 de julho, no sul da Síria, no seguimento de um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump e da Rússia, Vladimir Putin.
Um encontro de mais de duas horas, com os dois presidentes, a abordar outros assuntos como a situação na Ucrânia, mas também, com Trump, a pedir explicações a Putin, sobre a tão falada ingerência russa nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Segundo fonte diplomática russa, Donald Trump, acabou por aceitar a versão de Putin, segundo a qual, nunca houve intervenção russa nenhuma para sabotar as eleições presidenciais americanas.
Também a questão nuclear da Coreia do norte, mereceu outro encontrou bilateral, entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, com os dois, a admitirem, ser crucial, que Pyongyang, ponha um termo às suas provocações, mas que é preciso tempo e paciência, para se conseguir resultados.
Esta cimeira do G20, ficou igualmente, marcada por cenas de violência, durante manifestações da esquerda radical alemã, contra a globalização.
A presidência rotativa do G20 passa para a Argentina, em 2018, depois o Japão em 2019 e a Arábia saudita em 2020, segundo o comunicado final da cimeira de Hamburgo, na Alemanha.
"Temos pressa de nos encontrarmos de novo já em 2018, na Argentina, no Japão, em 2019 e na Arábia saudita, em 2020", escrevem os chefes de Estado e de governo dos países que compõem o grupo G20.
A presidência rotativa do G20 permite a cada país arquitectar a agenda dos temas que mais lhe interessam.
A Alemanha, por exemplo, apostou numa parceria de desenvolvimento com certos países africanos e em 2015, a Turquia, tinha abordado a problemática dos refugiados ou então a Austrália que pôs a tónica nas infraestruturas.
O G20 reagrupa os 20 países economicamente mais ricos do mundo. Inicialmente criado como uma estrutura de resposta à crise financeira, está a transformar-se num espaço mais global abrangendo outros temas.
João Matos e o balanço da cimeira do G20
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