Mais de 80% dos 55 milhões de turcos participaram este domingo (16/04) no referendo visando dar poderes quase absolutos ao Presidente Recep Tayyip Erdogan, eleito em 2014 e que foi primeiro ministro entre 2003 até 2014.18 emendas constitucionais foram submetidas ao voto dos eleitores, como a supressão do posto de primeiro ministro ou o fim do actual regime parlamentar laico, mas nos boletins de votos apenas figuravam as opções SIM e NÃO.51,3% de eleitores turcos votaram SIM e 48,7% votaram NÃO, uma "vitória muito tangencial" e os dois principais partidos da oposição CHP - Partido Republicano do Povo (social-democrata laico) e HDP - Partido Democrático dos Povos (pró curdo) denunciam fraudes e pedem a recontagem de mais de um terço dos votos.Estes resultados ainda provisórios, demonstram a profunda polarisação no país, dirigido com mão de ferro pelo Presidente Recep Tayyp Erdogan, que entre outros pretende reinstaurar a pena de morte na Turquia, o que significaria uma ruptura nas negociações sobre a adesão do país à União Europeia, o que Erdogan pretende também submeter a referendo.A repressão intensificou-se depois do golpe de estado militar falhado de 15 de Julho de 2016, que culminou com a instauração do estado de emergência e a detenção de milhares de funcionários nos sectores da justiça, educação, serviços secretos, forças de segurança, ou ainda de uma centena de jornalistas.O país tem novas eleiçoes legislativas e presidenciais em 2019 e com as alterações à Constituição o Presidente Erdogan poderá manter-se no poder até 2029.Para abordar estas e outras questões ouvimos o deputado social-democrata português Duarte Marques, que foi um dos observadores a este escrutínio designado pelo Conselho da Europa, do qual a Turquia é membro pleno e que admite que o dia do voto foi o momento mais transparente de todo o processo eleitoral, ao qual esta instituição faz sérias críticas, a começar pela falta de equidade.
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Moçambique: Profissionais de saúde ameaçam encerrar unidades sanitárias
Os profissionais de saúde de Moçambique decidiram prolongar a greve por falta de consenso com o Governo, que acusam de não apresentar “medidas concretas para satisfazer as necessidades da população”. O presidente da Associação de Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique, Anselmo Muchave, garante que se o Governo “continuar com o braço de ferro”, vão encerrar as unidades sanitárias.07/05/202407:28