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ESTADOS UNIDOS

Estados Unidos: Trump anula decreto de Obama sobre o ambiente

Donald Trump anulou ontem um decreto que tinha sido estipulado por Barack Obama e que visava reduzir as emissões de CO2. O objectivo do presidente norte-americano é o de relançar a indústria de carvão que tem sido deixada de lado com o investimento nas energias renováveis.

Donald Trump assinou ontem um decreto sobre a "independência energética" que anula o "Clean Power Plan" de Barack Obama.
Donald Trump assinou ontem um decreto sobre a "independência energética" que anula o "Clean Power Plan" de Barack Obama. ©REUTERS/Carlos
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Donald Trump assinou ontem um decreto intitulado "independência energética" que anula o "Clean Power Plan" de Barack Obama. O antigo decreto, que tinha sido estipulado pelo ex-presidente Barack Obama, visava reduzir as emissões de CO2 produzidas pelas centrais térmicas.

As medidas ambientais de Obama estavam a ter impactos concretos: em 2015, o carbono já só representava 21% da produção total de energia nos Estados Unidos, o nível mais baixo desde 1986. O número de empregos também desceu drasticamente: entre 2008 e 2016, houve menos 20.000 empregos no sector. 

É nomeadamente devido a isto que Donald Trump afirma querer "acabar com a guerra contra o carvão". O objectivo político do presidente dos Estados Unidos é claro: entre os 5 Estados mais dependentes da produção de carvão, 4, com a excepção do Illinois, votaram em Donald Trump nas eleições presidenciais. 

Várias entidades destes Estados já estão a congratular-se com a decisão do presidente norte-americano. É o caso da Associação Nacional de Mineiros que disse que a revogação do "Clean Power Plan" salvará 27.700 empregos no sector das minas e cerca de 100.000 na cadeia de produção de carvão. 

Consternação dos ambientalistas

Esta medida de Donald Trump está a gerar consternação entre os ambientalistas que consideram que será impossível os Estados Unidos conseguirem cumprir os objectivos estipulados no acordo da COP21. Estes pretendiam que o país reduzisse de 28% as suas emissões de CO2, até 2025, relativamente aos níveis de 2005. 

No entanto, a mensagem enviada pela administração de Donald Trump é clara: não vai ser o clima que vai guiar a política dos Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos está assim a meter em práctica o seu discurso em que afirmava que não são as actividades humanas que estão a criar o aquecimento global. 

João Branco, presidente da Quercus, considera que, com esta decisão, todos os esforços que visam reduzir as emissões de gases com efeito de estufa passam a ser inconsequentes.

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João Branco, presidente da Quercus

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