Durão Barroso acusa União Europeia de discriminação
Durão Barroso acusou hoje a União Europeia de discriminação. Numa carta dirigida ao seu sucessor na presidência da comissão, Jean Claude Juncker, reagia às medidas anunciadas por Bruxelas a propósito da sua ida para o banco Goldman Sachs.
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O actual presidente da Comissão europeia pediu esclarecimentos ao seu antecessor sobre o seu recrutamento para o banco norte-americano Goldman Sachs.
O ex primeiro-ministro luxemburguês teria cedido, desta feita, a múltiplas pressões no seio da mecânica europeia relativamente a um caso que faz correr muita tinta desde o seu anúncio em Julho passado.
Doravante Barroso seria recebido em Bruxelas como "representante de interesses", o antigo primeiro-ministro português perde as honras reservadas aos antigos presidentes da comissão.
Esta posição foi criticada por Catarina Martins, coordenadora do partido Bloco de esquerda em Portugal, segundo o qual esta posição de Juncker saberia a pouco e legitimaria o cargo para o qual foi apontado pela Goldman Sachs.
Uma instituição de crédito que a deputada em causa alega à agência Lusa ter estado "bem no centro da crise europeia, com manobras tão desgraçadas como a falsificação das contas da Grécia".
Durão Barroso na missiva dirigida ao seu sucessor esclarece-o quanto ao contrato proposto pelo banco americano refutando as referências quanto à sua integridade que considera "sem fundamento e completamente despropositadas". "Elas seriam discriminatórias em relação a mim e à Goldman Sachs".
A resposta agora submetida por Barroso deveria ainda ser submetida ao parecer não vinculativo de um comité etico que deve elucidar a Comissão sobre os projectos de reconversão profissional de antigos comissários europeus bem como a respectiva conformidade às regras internas de boa conduta.
"Nunca pedi uma posição privilegiada, mas não gostaria de ser discriminado, acrescenta o antigo presidente da comissão que não descarta responder a esse órgão, embora se interrrogue se uma "decisão a propósito do seu estatuto tenha já sido tomada".
"Se for o caso gostaria de saber como é que esta decisão foi tomada, por quem e com base em que fundamentos", escreve Barroso na sua carta da qual a agência AFP conseguiu uma cópia.
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