Críticas à nomeação de Durão Barroso no banco Goldmann Sachs
Chovem críticas em França e na esquerda radical em Portugal, à nomeação de Durão Barroso, como presidente não-executivo do Banco Goldmann Sachs, considerado o maior banco do mundo, que dirige os destinos do Planeta.
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Mal se soube da nomeação do antigo presidente da comissão europeia, o portugues, José Manuel Durão Barroso, como presidente não-executivo do Banco Goldmann Sachs, choveram críticas de todos os lados, nomeadamente, aqui da França, mas também, noutros países e mesmo em Portugal.
Um comunicado do Banco de investimentos Goldmann Sachs, confirmou a nomeação de Durão Barroso, para o cargo, considerando que ele tem um "conhecimento profundo da Europa", que pode servir os interesses do banco.
Só que Goldmann Sachs, considerado o maior banco do mundo, é no dizer dos seus críticos mas também críticos da finança internacional, o verdadeiro Banco, que dirige os destinos deste Planeta.
Por cá em França, as críticas foram violentas com vozes da esquerda a protestar contra esta nomeação de Durão Barroso, tida como "escandalosa", "indecente" e que é da esfera de "conflitos de interesses".
Na extrema direita, a presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, considerou que esta nomeação não é nada de especial, porque vem demonstrar que essa elite da União europeia, "defende acima de tudo os seus interesses pessoais, contra os interesses do povo".
Em Portugal, o Bloco de Esquerda, reagiu através do seu líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, sublinhando que "esta nomeação mostra que a elite europeia de que faz parte Durão Barroso não tem vergonha na cara."
Pelo contrário, o antigo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, reagiu dizendo que não há nenhuma ilegalidade ou conflito de interesses" na nomeação de Durão Barroso.
E que diz o interessado Durão Barroso nisto tudo?
Em declarações à imprensa portuguesa e internacional, Durão Barroso, começou por dizer na linha da estratégia do Banco Goldmann Sachs, que conhece "bem a União Europeia e também o ambiente económico do Reino Unido. Se os meus conselhos podem ser úteis nestas circunstâncias, estou pronto para ajudar”.
E mais: Durão Barroso, disse que já estava à espera destas críticas, pelo que acrescentou mais uma camada: "É-se criticado por ter cão e por não ter. Se se fica na vida política é porque se vive à conta do Estado, se se vai para a vida privada é porque se está a aproveitar a experiência adquirida na política".
O que Durão Barroso, não quer ver neste caso, é a Ética nas Finanças, esquecendo-se de dizer também, que no tempo em que era Presidente da comissão europeia, já tinha sido "apanhado" a passar férias milionárias num iate de um "amigo" milionário.
De notar, que não é a primeira vez que um português é nomeado para o poderoso Banco Goldmann Sachs, pois há também a nomeação no passado do antigo ministro das Finanças de Portugal, António Borges, para este mesmo Banco de investimentos e negócios.
Enfim, foi este mesmo Banco Goldmann Sachs, que teve papel fundamental na crise dos subprimes, em 2008, nos Estados Unidos e que lançou para o desemprego e a miséria muitas famílias americanas e provocou uma crise financeira mundial.
Goldmann Sachs, que ainda, em 2008 deu assessoria ao Estado grego para camuflar os seus défices para permanecer no euro e na União europeia.
João Matos sobre nomeação de Durão Barroso para Goldmann Sachs
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