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Venezuela

Dia de mobilização na Venezuela

Depois de uma mobilização considerada "histórica" na semana passada, com cerca de 500 mil a um milhão de manifestantes só em Caracas, a oposição que apelou a novas manifestações, tenta hoje dar uma nova pedrada no charco, com novas marchas desta vez a nível nacional a favor do referendo para a destituição do presidente chavista Nicolás Maduro.  

Manifestantes anti-chavistas em Caracas no dia 3 de Setembro.
Manifestantes anti-chavistas em Caracas no dia 3 de Setembro. REUTERS/Edgard Garrido
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Neste cenário conturbado em que tem aumentado o descontentamento com o presidente Maduro num contexto económico difícil em que a população está há meses a passar privações, os apoiantes de Nicolás Maduro eleito em 2013 para um mandato que termina em 2019 também foram incitados a desfilar hoje em todos os Estados do país "em favor da paz".

"Em favor da paz" é também um dos lemas do campo adverso que acusa nomeadamente o regime chavista de perseguir e reprimir activistas e manifestantes. Com uma posição reforçada a nível politico desde que conquistaram no início do ano a maioria no parlamento, os anti-chavistas consideram que são os únicos a ter a possibilidade de tirar o pais do marasmo em que se encontra desde a queda do preço do petróleo, com a explosão da inflação cuja taxa poderia ascender aos 720% este ano segundo o FMI.

Para apaziguar o descontentamento, o governo tem tentado acelerar o abastecimento da população em bens de primeira necessidade e para estancar as iniciativas da oposição, apresenta recursos na justiça. Mas é uma autêntica guerra de trincheiras que se instalou a nível das instituições do Estado. O parlamento com a oposição na maioria decide e o Supremo Tribunal, acusado de servir os interesses do governo, anula. Uma das suas últimas decisões foi de declarar nulas todas as futuras decisões que os parlamentares tomarem, em reacção à reintegração de 3 deputados acusados de fraude eleitoral.

Próximo round nesta luta impiedosa: a organização do referendo para destituir Maduro. Diosdado Cabello, o numero dois do regime, estimou que este referendo não tem possibilidades de ser organizado antes de Março de 2017. Mas a oposição pretende que isso aconteça o mais rapidamente possível. No dia 13 de Setembro, a Comissão Nacional de eleições deve pronunciar-se sobre esta perspectiva. Até lá, a oposição espera conseguir chegar aos 4 milhões de assinaturas, 20% do eleitorado, na petição reclamando o referendo sobre a saída de Maduro.
 

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