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Brasil

Presidente brasileira perante o seu destino

O processo de destituição da presidente brasileira Dilma Rousseff entrou hoje na sua fase final, a presidente suspensa desde Maio tendo defendido hoje o seu balanço durante meia hora perante um senado cuja metade dos representantes são indiciados ou visados por inquéritos por corrupção. Esta foi a última oportunidade para Dilma se expressar antes dos senadores tomarem uma decisão definitiva quanto à sua continuidade na chefia do Estado Brasileiro.

Dilma Rousseff durante o seu discurso hoje no Senado.
Dilma Rousseff durante o seu discurso hoje no Senado. EVARISTO SA / AFP
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Acusada nomeadamente ter falsificado as contas públicas em 2014 com vista à sua reeleição naquele ano e de ter aprovado decretos autorizando despesas sem a supervisão do parlamento, Dilma Rousseff chegou hoje ao senado na companhia do seu mentor, o antigo presidente Lula da Silva, também ele colocado em dificuldade perante a justiça, e também o artista politicamente ligado à esquerda Chico Buarque.

Ao reiterar novamente estar a ser vitima de "um processo injusto e arbitrário", Dilma Rousseff lançou um apelo aos parlamentares para eles não consumarem o que qualificou de "golpe de Estado".

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Dilma Rousseff perante os senadores

A antiga guerrilheira de 68 anos, detida e torturada durante a ditadura militar (1964-1985), enfatizou ainda que "não é apenas o seu mandato que está em jogo" mas sim "as conquistas dos últimos 13 anos" com o PT no poder e recordou que "foi eleita com mais de 54 milhões de votos".

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Dilma Rousseff perante os senadores

Reunidos desde a passada quinta-feira em debates tensos e audiências com diversas testemunhas, os senadores deveriam pronunciar-se esta terça ou quarta-feira. Para validar a destituição de Dilma Rousseff, são necessários pelo menos 54 votos favoráveis sobre um total de 81. Os apoiantes do seu grande adversário, o seu antigo vice-presidente, agora presidente interino Michel Temer, referem ter 60 a 61 votos garantidos.

Com uma taxa da popularidade a 13% e um contexto socioeconómico pouco favorável, mais de 11 milhões de desempregados e uma economia em retrocesso de mais 3% no ano passado, observadores consideram que apenas um milagre poderia salvar Dilma Rousseff da destituição. Se este cenário se confirmar, ela será a segunda presidente a sair ao cabo de um processo de impeachment. Nos anos 90 o então presidente Collor de Mello não esperou o fim do seu processo de impeachement para se demitir do cargo. Com a possível destituição de Dilma Rousseff, o seu substituto no cargo, Michel Temer do PSDB (centro-direita), fica no comando do poder durante os próximos dois anos.

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