É o tudo por tudo para Dilma Rousseff

Dilma Rousseff, a primeira mulher a presidir o Brasil, pode perder o seu segundo mandato caso 54 dos 81 senadores decidam condená-la no julgamento que se inicia hoje.

REUTERS/Adriano Machado

Passados três anos de protestos e processos, chegou a última etapa do processo de destituição a Dilma Rousseff.

Nestes primeiros dois dias, o Presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski vai ouvir testemunhas de acusação e de defesa. Na segunda-feira, 29 de Agosto, Dilma Rousseff vai depor no Senado para tentar convencer os últimos indecisos. A votação final é esperada para a madrugada de quarta-feira, dia 31 de Agosto.

Até ao momento, 48 dos 81 senadores afirmaram publicamente a intenção de votar contra a Presidente afastada do seu cargo, mas para um afastamento definitivo são necessários 54 votos. Neste cenário, caso mais de 54 senadores optem pela destituição, Michel Temer é imediatamente efectivado no cargo; caso contrário, Dilma Rousseff volta no mesmo dia ao Planalto.

Dilma Rousseff é acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao praticar manobras fiscais com o objectivo de melhorar as contas públicas e assinar decretos a autorizar despesas que não estavam previstas no orçamento.
No passado 9 de Agosto, 59 dos 81 senadores votaram favoravelmente na abertura de um processo contra Dilma Rousseff, abrindo caminho para o afastamento definitivo da Presidente.