França: moção contra governo rejeitada
Após a tentativa abortada de uma moção de esquerda que não obstante contribuiu para fragilizar um pouco mais o actual governo francês, a oposição de direita decidiu também apresentar a sua moção contra o executivo liderado pelo Presidente François Hollande. Na origem da tensão que caracteriza a actual vida política em França, está a nova lei do Trabalho. Contestada por sectores da esquerda e nomeadamente socialista, a lei proposta pela Ministra do Trabalho, Myriam El Khomri foi adoptada pelo governo chefiado por Manuel Valls, que recorreu au artigo 49.3 da Constituição francesa. O 49.3 possibilita a adopção de algumas leis sem o voto da Assembleia.
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Sem hipóteses de ser adoptada, a moção de censura contra o governo apresentada nesta quinta-feira pela oposição, acentua não obstante a fragilidade do executivo liderado pelo Presidente François Hollande. A forte contestação à nova lei do trabalho não só pela esquerda mas também por sectores da sociedade civil , coloca François Hollande e os seus partidários na tormenta, a menos de um ano da eleição presidencial de 2017.
Para que o governo de Manuel Valls fosse demitido,a moção de censura apresentada pela direita devia ser aprovada por 288 deputados. Essa perspectiva não se concretizou , porque os socialistas descontentes e os ecologistas decidiram não votar a favor da moção de censura da oposição. A moção da direita foi rejeitada e a controversa lei do trabalho adoptada na primeira leitura.
Nesta quinta-feira, decorreram em várias regiões francesas manifestações de protesto contra a lei do Trabalho, tida pelos seus detractores como um retrocesso social, enquanto o governo reivindica o texto como progressista e visando reduzir o desemprego endémico em França. O desemprego atinge 10% da população activa do país.
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