Voo MH17 foi abatido por um míssil
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, acusou os serviços secretos russos de serem os responsáveis pela operação que abateu o avião da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia, em Julho do ano passado, provocando a morte aos 298 passageiros.
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As declarações do chefe do executivo ucraniano são feitas no mesmo dia em que foi divulgado um relatório que confirma que o avião da Malaysia Airlines foi atingido por um míssil do sistema russo Buk. O relatório foi elaborado por especialistas de sete países liderados pela Holanda e apresentado esta terça-feira.
O presidente da Autoridade de Segurança Holandesa, Tjibbe Joustra, afirmou que o míssil foi disparado numa área de 320 km quadrados no Leste da Europa, tendo ressalvado porém que a agência não tem autoridade para investigar se essa área era naquele momento controlada pelo exército ucraniano ou pelos combatentes rebeldes pró-russos. Essa investigação está a ser realizada num inquérito criminal paralelo e os resultados deverão ser apresentados no início do próximo ano. No entanto o responsável lembra que o facto do sistema Buk ser usado tanto pelo Exército russo como pelo Exército ucraniano, vai tornar difícil a conclusão. O relatório avança ainda que a Ucrânia devia ter encerrado o espaço aéreo na sequência do conflito russo-ucraniano.
Ucrânia: o míssil foi disparado a partir de Snijné
Kiev diz ter realizado o seu "próprio inquérito" e que os resultados vão mais ou menos ao encontro do realizado pelas equipas ocidentais. O vice-primeiro-ministro ucraniano, Guennadi Zoubko encarregue do inquérito assegurou que "o míssil russo BUk-1" foi disparado a partir de Snijné, território controlado pelos rebeldes pro-russos". Uma informação que não é avançada no relatório internacional. O chefe de Estado da ucraniano, Petro Porochenko, encontou-se hoje com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, para falar sobre este drama. Porochenko referiu que apresentação do relatório é um passo importante para "encontrar e levar diante da justiça os autores deste crime".
A Rússia culpa a Ucrânia
O fabricante do sistema Buk, a russa Almaz-Antei, deu uma conferência de imprensa, onde apresentou a versão do que poderá ter acontecido. Segundo a Almaz-Antei, o míssil é de facto do sistema Buk, mas o modelo é de finais da década de 1990 e já não faz parte do arsenal russo, pelo que terá sido disparado pelas forças ucranianas . A empresa apresentou igualmente mapas e uma simulação segundo a qual o míssil foi disparado a partir de território controlado pelo Exército de Kiev.
Correspondência de Moscovo
Com a colaboração do nosso correspondente em Moscovo, Rinat Valiulin
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