Assad diz que ofensiva contra grupo Estado IsIâmico é ilegal
Em uma entrevista exclusiva concedida à revista francesa Paris Match, que chegou às bancas nesta quinta-feira (4), o presidente da Síria, Bashar al-Assad, critica os bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico, que considera ilegais e sem resultados positivos. A declaração é um banho de água fria no otimismo do secretário de Estado americano John Kerry sobre a operação realizada no território sírio e iraquiano.
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Na entrevista, Assad declara que os bombardeios americanos e seus aliados contra os jihadistas na Síria são ilegais e desrespeitosos. “Primeiro porque eles não receberam a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, depois porque os Estados Unidos não levam em conta a soberania da Síria como Estado”, disparou.
Além de criticar as operações, Assad disse que são os soldados sírios que participam das intervenções terrestres contra o grupo Estado Islâmico e que, portanto, é seu governo que tem propriedade para falar sobre os resultados delas. Segundo ele, Damasco não constatou nenhuma evolução da situação desde que a operação da coalizão teve início, há cerca de dois meses.
“Não podemos combater o terrorismo com bombardeios aéreos. As forças terrestres que conhecem a geografia do local onde atuam é que são indispensáveis”, disse à revista francesa. “Esta é a razão pela qual não houve resultados reais depois de dois meses. Então, não é verdade que os ataques deles nos ajudam”, reiterou.
Resultados
Nesta quarta-feira, o secretário de Estado americano John Kerry afirmou que os trabalhos da coalizão começam a mostrar resultados. Segundo ele, a dinâmica do grupo Estado Islâmico foi prejudicada e os jihadistas tiveram que mudar suas táticas. “Nós vamos continuar nossa campanha o tempo que for necessário para vencer”, garantiu Kerry.
A constatação foi feita durante a primeira reunião dos representantes dos aliados dos Estados Unidos. Eles consideraram que os ataques da coalizão prejudicou o avanço do grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, mas que o combate aos jihadistas ainda pode durar muitos anos.
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