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Coreia do Sul/Naufrágio

Emitido mandado de prisão contra capitão de ferry-boat naufragado

Os procuradores sul-coreanos emitiram nesta sexta-feira (18) um mandado de prisão contra o capitão do ferry-boat que naufragou há dois dias na costa do país com 475 pessoas a bordo, a maioria estudantes secundaristas. Revoltados, os familiares das vítimas acusam o governo e os responsáveis pela embarcação de "incompetência".

As equipes de resgate tentam salvar uma das vítimas do naufrágio.
As equipes de resgate tentam salvar uma das vítimas do naufrágio. REUTERS/West Regional Headquarters Korea Coast Guard/News1
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A equipe que investiga o naufrágio, composta por policiais e procuradores, pediu o mandado de prisão contra três membros da tripulação, entre eles, o capitão do ferry-boat. Segundo os procuradores, os primeiros elementos da investigação apontam que o capitão Lee Joon-Seok deixou o comando da embarcação para o terceiro suboficial antes do acidente.

O capitão e a maioria dos 28 membros da tripulação do Sewol conseguiram deixar o ferry-boat antes que ele afundasse. Eles foram duramente criticados por terem abandonado a barca, enquanto muitos passageiros foram pegos de surpresa.

Mais de 48 horas depois da tragédia, e apesar das fortes correntes marítimas, dois mergulhadores conseguiram abrir uma porta e entrar na parte do navio onde fica o cargueiro, que ficou totalmente submerso. "Não há quase nenhuma visibilidade. Você nem sequer pode ver sua mão na frente do rosto", explicou um dos mergulhadores, após voltar à superfície.

Depois da dor, a revolta

Os pais dos estudantes desaparecidos no naufrágio acusaram hoje o governo e as autoridades portuárias de "incompetência". As críticas dos familiares começam pelas ordens recebidas pelos passageiros do barco. Segundo os sobreviventes, após sentir um choque, a tripulação pediu que os passageiros permanecessem em seus lugares. Cerca de meia-hora depois, o ferry começou a afundar.

Mas, para muitos passageiros, já era tarde demais. A água já começava a invadir os corredores e eles não conseguiram escapar. A tragédia chocou a Coreia do Sul. A opinião pública do país rico e moderno não consegue acreditar na dimensão desse naufrágio que custou a vida de centenas de adolescentes. Das 475 pessoas à bordo, 352 eram estudantes.

Até o momento, as investigações ainda não revelaram as causas do acidente. Uma das hipóteses é que a carga no subsolo do navio tenha se deslocado durante a viagem, o que teria levado a embarcação a perder seu equilíbrio. Até o momento, 28 corpos foram encontrados e 268 pessoas continuam desaparecidas. Nenhum sobrevivente foi encontrado desde quarta-feira.

As equipes de resgate mantêm esperanças de encontrar sobreviventes em espécies de "bolhas de ar" no navio, uma hipótese que perde força na medida que o tempo passa. Dois mergulhadores injetaram oxigênio no ferry-boat, de acordo com a guarda-costeira. Três gruas flutuantes chegaram ao local, mas elas só começarão o trabalho para içar a embarcação quando já não houver mais esperanças de encontrar pessoas com vida.

Suicídio?

Mais uma notícia trágica ligada a esse naufrágio. Um dos sobreviventes, o diretor adjunto da escola na qual estudavam os adolescentes que viajavam no barco naufragado, foi encontrado morto hoje de manhã na cidade de Jindo.

Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, trata-se de um suicídio. A polícia não confirmou a informação.
 

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