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Nobel/Paz

Nobel da Paz vai para Organização para Proibição das Armas Químicas

O prêmio Nobel da Paz de 2013 foi atribuído à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), encarregada do desmantelamento do arsenal sírio, uma "maneira de contribuir para a eliminação de tais armas", ressaltou o Comitê em seu comunicado. A notícia foi antecipada uma hora antes do anúncio oficial pela TV norueguesa NRK.

A sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas, com sede em Haia.
A sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas, com sede em Haia. Foto: Reuters
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Em seu comunicado, o comitê reconhece o esforço da Organização para eliminar as armas químicas, e explica que a utilização recente de tais armas no conflito sírio "demonstram a necessidade de aumentar os esforços para destrui-las". O texto também lembra que alguns estados ainda não são membros da OPAQ, e outros não observaram o prazo final, em abril de 2012, para destruir seu arsenal.

O desarmamento, ressalta o comunicado, é um tema importante para o Nobel, e a escolha da OPAQ é uma maneira de "contribuir para a eliminação de tais armas".

A OPAQ espera que o Nobel da Paz convença todos os países a proibir as armas químicas, diz um breve comunicado da organização. O diretor-geral Ahmet Uzumco, da Turquia, dará uma entrevista coletiva sobre a premiação às 8h30 no horário de Brasília. 

Arsenal da Síria

A OPAQ, sediada em Haia, está encarregada de supervisionar a destruição das armas químicas do regime sírio, até 30 de junho de 2014, como prevê a resolução votada pelo Conselho de Segurança da ONU em setembro.

A votação, por unanimidade, foi possível graças a um acordo assinado em Genebra entre a Rússia e os Estados Unidos, que preparavam uma intervenção militar depois de o regime sírio ser acusado de um ataque químico na região de Damasco, que teria deixado 1.426 mortos, entre eles 426 crianças.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, que negou repetidas vezes o ataque e mesmo a existência de um estoque de armas químicas no país, acabou aceitando colocar todas as armas sob supervisão internacional, evitando assim a ofensiva ocidental.

A Rússia, aliada de Damasco, foi a mediadora da negociação. A resolução votada na ONU não descarta a opção militar caso os sírios desrespeitem as cláusulas estipuladas pela Organização.

Mas qualquer ação conjunta deverá passar por uma nova votação, e pode sofrer o veto da Rússia e da China, membros permanentes.

Desconhecida do grande público, a Organização para a Proibição das Armas Químicas foi fundada em 1997 para colocar em prática a Convenção assinada em 13 de janeiro de 1993.

A OPAQ conta com cerca de 400 funcionários e, em 2011, teve um orçamento de aproximadamente 74 milhões de euros.

O brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil na França, foi o primeiro diretor-geral da OPAQ. Ele foi destituído do cargo em 2002 por pressão dos Estados Unidos, após divergências em relação ao Iraque e também pela iniciativa de inspecionar as instalações químicas americanas.

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