Papa Francisco pede mais ajuda humanitária para refugiados sírios
Ao receber no Vaticano o presidente libanês Michel Suleiman, o papa Francisco exprimiu seu desejo de ver um aumento da assistência humanitária com o apoio da comunidade internacional para ajudar os milhões de refugiados da Síria nos países vizinhos. A presença deles muitas vezes se torna um peso econômico para as nações que os acolhem.
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"É particularmente preocupante o número significativo de refugiados sírios que fugiram para o Líbano e os países vizinhos, para os quais se deseja, como para toda população que sofre, uma maior assistência humanitária, com o apoio da comunidade internacional", indicou o comunicado do Vaticano após a reunião entre o papa e o presidente libanês nesta sexta-feira, 3 de maio de 2013.
Um outro ponto central do encontro foi a "importância da colaboração entre os membros de diversas comunidades étnicas e religiosas que compõem a sociedade libanesa e constituem a sua riqueza".
A "situação delicada dos cristão em todo o Oriente Médio" e a "contribuição" que eles podem dar também foram enfatizadas.
O presidente Suleiman, que também se reuniu com o cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, mencionou ainda o conflito entre palestinos e israelenses. O Vaticano deseja "uma rápida retomada das negociações entre israelenses e palestinos, sempre mais necessária para a paz e a estabilidade da região."
Esse encontro entre o líder libanês e o papa acontece em um momento em que o Líbano - e a comunidade cristã do país - estão fragilizados face à agravação da crise síria. Desde setembro, a situação se tornou ainda mais tensa e as repercussões no Líbano mais agudas.
Na terça-feira, o papa já havia recebido o presidente israelense Shimon Peres, insistindo na necessidade de tomar "decisões corajosas" para permitir uma retomada do processo de paz.
O Líbano é um estado-chave para a Santa Sé: trata-se do único país na região em que a Constituição garante um sistema de convivência entre várias religiões.
Síria
A ong Observatório Sírios dos Direitos Humanos afirmou que as forças leais ao presidente Bashar al-Assad mataram ao menos 50 pessoas no vilarejo de Baida, na costa do Mediterrâneo, nesta quinta-feira. As vítimas, em sua maioria civis, foram mortas a tiros, esfaqueadas e algumas foram queimadas.
O vilarejo de Baida tem uma população de maioria sunita. Mas as cidades vizinhas são essencialmente alauítas, o grupo étnico-religioso ao qual pertence o presidente Bashar al-Assad.
O governo deixou claro que pretende esmagar a presença de rebeldes nesse território, que é considerado o bastião do regime sírio. Analistas sugerem, inclusive, que em caso de queda de Bashar al-Assad ele tentaria se refugiar nessa região.
O confronto entre os opositores de Bashar al-Assad e o exército já deixou mais de 70 mil mortos. Diante da impotência da comunidade internacional para resolver o conflito, especula-se que o mediador da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, deva renunciar ao seu cargo nas próximas semanas
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