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Tunísia/protesto

Funeral de Chokri Belaïd é marcado por novos confrontos na Tunísia

O enterro do opositor tunisiano Chokri Belaïd, assassinado na quarta-feira, foi acompanhado por milhares de pessoas nesta sexta-feira. Em torno do cemitério em Túnis, foram registrados novos confrontos entre os manifestantes a polícia, que jogou bombas de gás lacrimogêneo na multidão, e chegou a dar tiros para alto para dispersar um grupo de jovens. Hoje uma greve geral também paralisa o país.

O funeral do opositor Chokri Belaïd, em 8 de fevereiro de 2013
O funeral do opositor Chokri Belaïd, em 8 de fevereiro de 2013 REUTERS/Anis Mili
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 O cemitério e a mesquita do bairro em Túnis ficaram lotados de manifestantes, mas as forças tunisianas se recusaram a dar uma estimativa do número de pessoas que acompanhavam o enterro. “O povo quer a queda do jogando bombas de gás lacrimogêneo nos participantes. Um outro protesto também aconteceu no centro da cidade. O tumulto e a ação da polícia foram confirmados pelo porta-voz do Ministério do Interior, Khaled Tarrouche.

A polícia também dispersou um grupo de jovens na avenida Habib Bourguiba e nas ruas vizinhas do centro da capital. As autoridades montaram um forte esquema de segurança, destacando militares, tropas de choque e policiais civis. A situação na Tunísia está tensa desde a morte de Chukri Belaid. O Ennahda, partido do governo, é acusado pelo atentado, mas seus dirigentes negaram qualquer envolvimento. O assassinato de Belaid não foi reivindicado, mas a oposição suspendeu sua participação na Assembleia Constituinte.

O primeiro-ministro, Hamdi Jebali, integrante do Ennahda, anunciou na quarta-feira à noite a dissolução do governo e a formação de um novo gabinete até a realização de eleições antecipadas. Mas seu próprio partido rejeitou essa medida, que ainda teria de ser aprovada pelo Parlamento. A proposta de Jebali também foi recusada pelos dois outros partidos da coalizão no poder e por parte da oposição.

Greve paralisa o país

A Tunísia está praticamente paralisada nesta sexta-feira devido a uma greve geral em protesto contra o assassinato do opositor laico Chukri Belaid. Todos os voos foram cancelados e o transporte público funciona em ritmo lento. As ruas da capital estão praticamente desertas e os bancos, fábricas e parte do comércio estão fechados. O exército foi mobilizado em todo o país.

A greve é organizada pela UGTT, a maior central sindical tunisiana, que tem 500 mil afiliados. Os responsáveis insistem que o protesto deve ser pacífico. O ministério do Interior e a presidência da Tunísia também fizeram um apelo para que os cidadãos respeitem o direto à greve e ao trabalho e evitem ações contra a segurança pública.

 

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