Polícia russa persegue opositores de Putin às vésperas de protesto

As autoridades de Moscou tentam intimidar os manifestantes um dia antes do protesto popular contra o presidente russo Vladimir Putin. Diversas batidas policiais foram realizadas nas residências de militantes e vários líderes políticos foram convocados para interrogatórios na terça-feira, para impedir sua participação na passeata.

Manifestantes sendo presos durante protestos contra o presidente russo Vladimir Putin em Moscou. REUTERS/Sergei Karpukhin

As casas de vários líderes da oposição foram alvos de batidas policiais nessa segunda-feira, entre elas a do dirigente do movimento Solidariedade, Ilia Iachine, do líder da Frente de Esquerda, Serguei Oudaltsov, e do blogueiro militante anti-corrupção Alexeï Navalny. O acesso à casa de uma famosa apresentadora de televisão que se aliou aos opositores também foi bloqueado. De acordo com as autoridades policiais de Moscou, as batidas devem continuar nessa segunda-feira.

A vasta operação seria uma forma de dissuadir os militantes a participarem da grande manifestação contra o presidente Vladimir Putin, prevista para essa terça-feira. A polícia alega que as batidas estão relacionadas a uma investigação sobre distúrbios provocados durante um protesto em 6 de maio, quando as forças de ordem e os opositores se enfrentaram fazendo vários feridos.

Além das batidas policiais, vários chefes da oposição foram convocados pelos serviços federais russos para interrogatórios nessa terça-feira, no mesmo dia da passeata. Em mais uma tentativa de intimidar os opositores, na última sexta-feira o presidente Vladimir Putin promulgou uma lei aumentando o valor das multas aplicadas aos participantes de manifestações que provoquem distúrbios na ordem pública. A partir de agora, quem for preso durante protestos de rua, será multado em 300 mil rublos (7,3 mil euros), um valor bem superior à média de salário anual no país.