Putin anuncia novo governo e mantém aliados fiéis nos cargos mais importantes

Ao anunciar a composição do novo governo do primeiro-ministro Dmitri Medvedev, o presidente russo Vladimir Putin demonstrou que ainda mantém o controle da política do país ao impor nomes de sua confiança para os ministérios da Economia, Defesa e das Relações Exteriores.

O presidente Vladimir Putin (ao fundo) durante o anúncio do novo gabinete nesta segunda-feira, 21 de maio. REUTERS/Yekaterina Shtukina/RIA Novosti/Pool

Putin, que volta ao Kremlin após dois mandatos entre 2000 e 2008, seguido de um intervalo de 4 anos como chefe-de-governo, alertou o novo gabinete das muitas dificuldades que terá pela frente.

“A situação atual da economia mundial é instável. É nessas condições que será preciso realizar o programa de desenvolvimento da Rússia”, advertiu Putin durante a apresentação da nova equipe de governo, em Moscou.

Apesar de Medvedev, que trocou de cargo com Putin no dia 7 de maio, ter afirmado que o governo é composto por três quartos de políticos novos, a mudança parece limitada em relação aos ministérios mais importantes.

Igor Chouvalov, um dos mais próximos colaboradores de Putin, torna-se o número dois do governo e o único vice-primeiro ministro, contra dois no mandato anterior. Ele terá a missão de supervisionar a aplicação da política econômica e financeira que tem entre os objetivos modernizar a economia do país e reduzir a dependência das exportações de petróleo e gás.

Anton Silouano foi reconduzido ao cargo de ministro das Finanças enquanto o ministério do Desenvolvimento Econômico fica nas mãos de Andrei Belooussov, ex-vice- ministro.

Outro homem de confiança de Putin, Serguei Lavrov, conserva o ministério das Relações Exteriores e Anantoli Serdioukov continua à frente do Ministério da Defesa.

Uma das novidades do novo governo foi a criação do ministério do Desenvolvimento do Extremo Oriente russo, cujo cargo foi confiado ao representante especial para a região, Viktor Ichaiev.

Segundo analistas, o novo governo será totalmente leal a Putin e tende a reforçar seu poder que é alvo de protestos regulares da oposição desde o mês de dezembro.