Missão de observadores da ONU e da Liga Árabe chega à Síria

Os cinco observadores enviados pela ONU e a Liga Árabe chegaram nesta segunda-feira a Damasco, segundo o porta-voz do emissário Kofi Annan. Paralelamente, as tropas de Bachar al Assad deram continuidade hoje à ofensiva para colocar um fim na revolta em diversas cidades, principalmente em Deir Ezzor, onde violentos combates deixaram dezenas de vítimas neste domingo, segundo militantes de uma ONG síria.

Os opositores de Bachar al-Assad protestam contra o referendo na Síria. REUTERS/Handout

Segundo o porta-voz de Kofi Annan, Ahmad Fawzi, a missão é composta de cinco pessoas especializadas em política, manutenção da paz e mediação. Ele se recusou a dar detalhes sobre o programa da visita, e só indicou que os observadores deveriam encontrar responsáveis políticos do Ministério das Relações Exteriores sírio. Uma das missões do grupo será a obtenção de um acordo sobre as medidas necessárias para colocar em prática as propostas da Liga Árabe e do emissário, o que inclui um mecanismo de observação e o fim da violência.

De acordo com o porta-voz, a próxima visita de Kofi Annan dependerá dos progressos realizados durante as discussões entre os observadores e as autoridades sírias. A missão de observadores chega à Síria no momento em que o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, chega a Moscou, onde deve realizar entrevistas sobre a situação humanitária no país.

As tropas do governo atacaram diversas cidades sírias nesta segunda-feira. Em Deir Ezzor, os combates continuaram hoje entre os desertores da Força Síria Livre e as tropas do governo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. De acordo com a organização, pelo menos 25 pessoas morreram e 33 ficaram feridas neste domingo. Em Khan Cheikhoune, perto de Idlib, um civil foi atingido por um tiro e mais de 60 casas foram queimadas pelas forças sírias nas últimas 24 horas, na cidade de Merian, segundo a ONG.

As forças sírias também atacaram hoje Abdita, cidade natal do coronel Riad Assaad, chefe da Força Síria Livre, que está refugiado na Turquia. As tropas do governo sírio também invadiram Kafr Chams, na província de Deera. Em Homs, aos soldados de Bachar al-Assad saquearam o bairro de Bab Sbaa. Desde o início do movimento de contestação na Síria, no dia 15 de março, mais de 9 mil pessoas, a maioria civis, morreram vítimas da violência no país, ainda de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos.