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Moçambique

Líder da Renamo qualifica de "desertores e indisciplinados" os que o contestam

Após a assinatura esta quinta-feira na Serra da Gorongosa do Acordo de Cessação de Hostilidades, o presidente da Renamo Osssufo Momade qualificou em Maputo de "desertores indisciplinados" os que contestam a sua liderança.

Ossufo Momade, presidente da Renamo
Ossufo Momade, presidente da Renamo Adrien BARBIER / AFP
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Após assinatura esta quinta-feira, 1 de Agosto, do Acordo de Cessação de Hostilidades entre o Presidente da Frelimo e de Moçambique Filipe Nyusi e o presidente da Renamo Ossufo Momade, este último, que desde Junho de 2018, se encontra algures na Serra da Gorongosa, viajou para Maputo - onde ainda no aeroporto internacional da capital - deu uma conferência de imprensa, qualificando de "desertores e indisciplinados" os que contestam a sua liderança.

Trata-se de um grupo auto-denominado Junta Militar da Renamo, liderado pelo major-general Mariano Nhongo Chissinga, que avisou que não vai aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos antigos guerrilheiros da Renamo enquanto Ossufo Momade não se demitir e que em Junho o acusou de estar a destruir a Renamo e de ter mandado assassinar o brigadeiro Jossefa, propósitos que a Renamo desmentiu e classificou de "tentativa caluniosa de desestabilização".

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Ossufo Momade, presidente da Renamo

"...o partido Renamo tem os seus estatutos, tem os seus orgãos e não é através de um indivíduo, um desertor, um indisciplinado, que vai definir a linha da Renamo e o Ossufo Momade saiu dum Congresso no qual nós acedemos para que todos pudessem concorrer e o Congresso elegeu um presidente e esse presidente chama-se Ossufo Momade que está aqui presente.

...se aparece alguém com uma outra intenção nós não alinhamos com ele...vim cá [a Maputo] através de um compromisso que nós temos para com os moçambicanos, se na verdade aquilo que foi o compromisso que assumimos, aquilo que vem no memorando de entendimento [vier a] ser uma realidade, é porque a minha vinda é definitiva".

Assinado o Acordo de Cessação de Hostilidades, aguarda-se nos próximos dias a assinatura em Maputo do Acordo Geral de Paz  entre o presidente Filipe Nyusi e Ossufo Momade, que prevê a integração na polícia, nas forças de segurança e nos serviços secretos-SISE, do braço armado da Renamo, cuja lista contém 5.221 nomes, depois de aprovada a revisão pontual da constituição, visando a descentralização do país, como exigia a Renamo, o que vai já permitir a eleição de governadores provinciais nas eleições gerais agendadas para 15 de Outubro próximo.

De recordar que esta será a terceira vez que a Renamo e a Frelimo, partido no poder desde a independência assinam Acordos de Paz: 1992 em Roma pelo Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, falecido a 3 de Maio de 2018, que pôs termo a 16 anos de guerra civil e que foi violado entre 2013 e 2014 ano em que Armando Guebuza e Afonso Dhlakama assinaram um acordo de cessação de hostilidades militares, que também foi violado, até que em 2016 a Renamo declarou tréguas por tempo indeterminado, depois da deslocação do Presidente Filipe Nyusi à Gorongosa, onde se avistou com Afonso Dhlakama, tendo o primeiro encontro entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade tido lugar em Maputo a 27 de Fevereiro de 2019.

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