Amnistia denuncia ameaças contra CIP
A Amnistia Internacional denuncia ameaças que pesariam sobre activistas do Centro de integridade pública, nomeadamente Fátima Mimbire. Em causa está a campanha recusando o pagamento das dívidas ocultas que estiveram na origem da detenção na África do Sul do ex ministro moçambicano das finanças Manuel Chang.
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O Centro de Integridade pública de Moçambique tinha lançado uma campanha a 6 de Janeiro "Esta dívida não é nossa, não aceitemos pagar !"
A organização não governamental lembrava que a dívida de mais de 2 mil milhões de dólares norte-americanos contraída pelas empresas moçambicanas ProIndicus, Ematum e MAM, "com garantias do Estado, não tinha como base o interesse nacional de garantir a segurança nacional através de um programa de protecção costeira".
O CIP lembrava que "a dívida resultou de um esquema de corrupção engrendrado por colaboradores do banco "Credit Suisse" -o principal banco credor- e da Privinvest - o principal fornecedor de equipamentos a Moçambique em conluio com um grupo de altos funcionários públicos e políticos moçambicanos".
Desta feita o comunicado em causa pedia a suspensão imediata por parte do governo moçambicano da reestruturação da dívida das três empresas, e isto bem como a cessação imediata de funções de todos os funcionários e membros do governo acusados pela justiça norte-americana de receber subornos no caso.
O Centro apelava a que a Procuradoria Geral da República obtivesse junto da justiça norte-americana informação relevante sobre os moçambicanos acusados de receber subornos e estranhava o silêncio dos órgãos de soberania no caso.
Esta campanha do CIP passou por uma campanha de oferta de camisolas com o lema "Eu não pago as dívidas ocultas".
A campanha em causa foi também divulgadas nas redes sociais com a activista do CIP Fátima Mimbire a receber ameaças.
A Amnistia Internacional apela a que o chefe de Estado, Filipe Nyusi, investigue essas ameças presentes nas redes sociais contra a activista do CIP.
Esta tinha-se queixado à agência noticiosa Lusa de que nas redes sociais ela fora acusada de trabalhar "na desestabilização do país".
Paulo Fontes é o director de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional Portugal, ele comentou à rfi o sentido desta iniciativa que coincide com nova comparência, perante a justiça sul-africana, de Manuel Chang, ex ministro moçambicano das finanças, detido no país vizinho desde o final do mês passado.
Manuel Chang deve voltar a comparecer nesta sexta, 1 de Fevereiro, perante a justiça sul-africana para avaliar o seu pedido de libertação sob fiança.
Paulo Fontes, director de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional Portugal
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