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MOÇAMBIQUE

Amnistia denuncia ameaças contra CIP

A Amnistia Internacional denuncia ameaças que pesariam sobre activistas do Centro de integridade pública, nomeadamente Fátima Mimbire. Em causa está a campanha recusando o pagamento das dívidas ocultas que estiveram na origem da detenção na África do Sul do ex ministro moçambicano das finanças Manuel Chang.

Manuel Chang, ex ministro moçambicano das finanças, no tribunal sul-africano de Kempton Park a 8 de Janeiro de 2019.
Manuel Chang, ex ministro moçambicano das finanças, no tribunal sul-africano de Kempton Park a 8 de Janeiro de 2019. Reuters
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O Centro de Integridade pública de Moçambique tinha lançado uma campanha a 6 de Janeiro "Esta dívida não é nossa, não aceitemos pagar !"

A organização não governamental lembrava que a dívida de mais de 2 mil milhões de dólares norte-americanos contraída pelas empresas moçambicanas ProIndicus, Ematum e MAM, "com  garantias do Estado, não tinha como base o interesse nacional de garantir a segurança nacional através de um programa de protecção costeira".

O CIP lembrava que "a dívida resultou de um esquema de corrupção engrendrado por colaboradores do banco "Credit Suisse" -o principal banco credor- e da Privinvest - o principal fornecedor de equipamentos a Moçambique em conluio com um grupo de altos funcionários públicos e políticos moçambicanos".

Desta feita o comunicado em causa pedia a suspensão imediata por parte do governo moçambicano da reestruturação da dívida das três empresas, e isto bem como a cessação imediata de funções de todos os funcionários e membros do governo acusados pela justiça norte-americana de receber subornos no caso.

O Centro apelava a que a Procuradoria Geral da República obtivesse junto da justiça norte-americana informação relevante sobre os moçambicanos acusados de receber subornos e estranhava o silêncio dos órgãos de soberania no caso.

Esta campanha do CIP passou por uma campanha de oferta de camisolas com o lema "Eu não pago as dívidas ocultas".

A campanha em causa foi também divulgadas nas redes sociais com a activista do CIP Fátima Mimbire a receber ameaças.

A Amnistia Internacional apela a que o chefe de Estado, Filipe Nyusi, investigue essas ameças presentes nas redes sociais contra a activista do CIP.

Esta tinha-se queixado à agência noticiosa Lusa de que nas redes sociais ela fora acusada de trabalhar "na desestabilização do país".

Paulo Fontes é o director de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional Portugal, ele comentou à rfi o sentido desta iniciativa que coincide com nova comparência, perante a justiça sul-africana, de Manuel Chang, ex ministro moçambicano das finanças, detido no país vizinho desde o final do mês passado.

Manuel Chang deve voltar a comparecer nesta sexta, 1 de Fevereiro, perante a justiça sul-africana para avaliar o seu pedido de libertação sob fiança.

01:37

Paulo Fontes, director de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional Portugal

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