Moçambique: EUA querem responsabilisação no caso da "dívida oculta"
Bryan Hunt, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Maputo, diz que a corrupção não será tolerada e que o seu país responsabilizar os envolvidos nas dívidas ocultas, devido ao seu impacto na vida dos moçambicanos.
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Com em pano de fundo a detenção na África do Sul a 29 de dezembro de Manuel Chang, ministro das finanças entre 2005 e 2010, durante o mandato do Presidente Armando Guebuza e deputado da Frelimo, em cumprimento de um mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos, que pedem a sua extradição por crimes financeiros cometidos nesse país, no âmbito da chamada "dívida oculta" de mais de dois mil milhões de dólares.
Bryan Hunt, encarregado de negócios dos EUA em Maputo
Bryan Hunt, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Maputo, diz afirmou esta quinta-feira (25/01) que "este assunto das dívidas ocultas tem que ser tratado pelo governo e pelo judiciário de Moçambique e seuma parte daqueles crimes foram cometidos fora de Moçambique os outros países têm que ajudar Moçambique a responsabilizar as pessoas que têm responsabilidades por estes crimes...nós sabemos o impacto que estas dívidas ocultas tiveram no governo e no povo de Moçambique e nós queremos que a situação não se repita".
Manuel Chang será de novo ouvido pela justiça sul-africana a 31 de janeiro, porque a sua defesa depois de ter desistido de pedir a sua liberdade sob fiança, agora pretende de novo fazê-lo, o que a África do Sul rejeita, achando que Manuel Chang tem dinheiro suficiente para conseguir fugir.
Isto depois de a Procuradoria Geral da República de Moçambique ter também pedido a extradição de Manuel Chang para Moçambique, que não tem acordo de extradição com os Estados Unidos, a questão dos dois pedidos de extradição será analisada dia 5 de Fevereiro pelo tribunal de Kempton Park em Joanesburgo.
Esta quinta-feira (24/01) o Tribunal Supremo de Moçambique remeteu ao parlamento um despacho pedindo o levantamento da imunidade parlamentar de Manuel Chang e decretou a sua prisão preventiva por abuso de cargo ou funções, violação da legalidade orçamental, burla por defraudação, peculato, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais.
A presidente da Assembleia da República de Moçambique, Verónica Macamo agendou para terça-feira (29/01) uma sessão para debater este pedido do Tribunal Supremo.
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