Moçambique: Guebuza assinala 80 anos com recados à Frelimo
No âmbito das comemorações do 80° aniversário, Armando Guebuza passou a pente fino os ganhos dos seus mandatos como presidente de Moçambique, acusou a Frelimo de o querer calar e apontou o dedo à justiça que diz ainda não ter esclarecido a detenção do seu filho mais velho Ndambi Guebuza, condenado no âmbito do julgamento das Dívidas Ocultas.
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A Fundação Armando Emílio Guebuza organizou, na sexta-feira passada, o simpósio "Armando Emílio Guebuza, uma estória de auto-estima", para assinalar os 80 anos do ex-Presidente de Moçambique.
Armando Guebuza, no seu discurso de agradecimento, começou por falar dos filhos, dos presentes e dos ausentes, não poupando críticas à justiça que diz ainda não ter esclarecido a detenção do seu filho mais velho Ndambi Guebuza, condenado no âmbito do julgamento das Dívidas Ocultas.
“Tenho quatro filhos: tenho a Norah, tenho Ndambi - que a justiça não explica porque é que está lá [na prisão], em termos aceitáveis, mas fizeram de propósito para ele não estar cá também connosco -, tenho o Mussumbuluko e não temos a Valentina que nos foi arrancada, nesta confusão que colocou agora o Ndambi na prisão.
Mas nós aguentamos, somos fortes."
Na frente de pesos pesados do seu partido e partido no poder, Frelimo, Armando Guebuza alertou que não não se calará: "Se o colonialismo português não conseguiu calar-nos, vencer as nossas convicções. Não são nossos camaradas que vão conseguir fazê-lo."
O antigo Chefe de Estado, de 2005 a 2014, passou ainda em revista os seus dois mandatos, lembrou a memória dos camaradas que “já partiram”, como Samora Machel, Eduardo Mondlane, Paulo Kankhomba e Josina Machel e pediu que “a história deles seja honrada”.
“Não obstante os desafios, construímos escolas, estradas, pontes, hospitais, fontes de abastecimento de água, levamos a energia eléctrica a lugares onde ela nunca havia chegado. Através da política dos sete milhões, fomentamos a participação de todos, a partir do distrito, na economia e no sistema financeiro, porém o edifício maior de todos, foi o resgate da nossa auto-estima.
Regozijamo-nos quando ouvimos o nosso povo recusar um patrão. Não queremos mais dono. Nós somos donos de nós mesmos.”
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