Moçambique: porosidade das fronteiras facilita terrorismo em Cabo Delgado
A vulnerabilidade das fronteiras moçambicanas tem permitido que os grupos terroristas em Cabo Delgado se abasteçam de armas, esta a posição assumida pelo ministro da defesa Jaime Neto, durante a cerimónia virtual da cimeira extraordinária da União Africana, ocorrida neste domingo, 6 de dezembro, sob o lema "silenciar as armas no continente africano".
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Ouvir - 01:09
Os ataques terroristas continuam a ser de combate difícil na província de Cabo Delgado admitiu o ministro da defesa de Moçambique Jaime Neto.
"a porosidade das nossas fronteiras facilita o tráfico de armas ligeiras, que por sua vez são usadas por grupos criminosos, terroristas e extremistas, para perpetrar actos de violência causando destruição, morte e dor nas comunidades e impedindo as populações de se beneficiar dos dividendos da paz na forma de emprego, educação, saúde, segurança e uma subsistência condigna".
Jaime Neto que falava na cimeira da União Africana, que decorreu em formato virtual a 6 de dezembro, defendeu urgência no combate ao terrorismo em África, que de acordo com estimativas divulgadas recentemente, entre 2013 e 2017, os conflitos armados terão provocado mais de 27 mil mortos e avultados danos materiais no continente e pela primeira vez o ministro da defesa avançou números de mortes provocados pela violência armada.
"...só no meu país, registamos desde 2017 cerca de 1100 óbitos associados à violência armada".
Entretanto Moçambique tem estado a receber promessas e apoios cada vez mais concretos para combate ao terrorismo, caso do Malawi por exemplo, que prometeu para os próximos dias o envio de militares para o norte do país.
Carros blindados de fabrico sul-africano foram enviados para o norte de Moçambique para ajudar forças governamentais a combaterem os rebeldes islâmicos que operam na província de Cabo Delgado, revelam notícias na imprensa sul-africana e moçambicana.
Segundo essas fontes pelo menos cinco veiculos blindados Marauder foram vistos num porto moçambicano e dois tanques de guerra foram também enviados para Moçambique, noticiou a publicação moçambicana Moz24Horas
A publicação sul-africana DefenceWeb fez notar que o Comité de Controlo de Armas da África do Sul informou recentemente o parlamento sul-africano, que tinha aprovado o fornecimentos de armas a Moçambique, por ser “um governo legítimo atacado por terroristas”.
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