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Guiné-Bissau

Fontes militares indicam que pelo menos dois militares morreram nos confrontos em Bissau

Fontes da Polícia Militar guineense indicaram que pelo menos dois militares morreram e dois outros ficaram feridos durante os confrontos registados na madrugada e manhã de hoje em Bissau entre agentes da Guarda Nacional e membros do Batalhão do Palácio presidencial. De acordo com esta fonte, os mortos seriam um elemento da Guarda Nacional e um membro do Batalhão presidencial.

Rua do centro de Bissau, Setembro de 2023 (Imagem de ilustração).
Rua do centro de Bissau, Setembro de 2023 (Imagem de ilustração). © Liliana Henriques / RFI
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Em comunicado, esta manhã, o Estado-Maior das Forças Armadas, disse que a "situação voltou à calma" e que esta situação tinha sido provocada pela actuação do Comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo, ao mandar libertar os dois membros do Governo detidos na Polícia Judiciária (PJ).

Fontes militares avançam que o Comandante da Guarda Nacional e mais alguns elementos da corporação foram detidos e levados para o quartel do Estado Maior General das Forças Armadas, no centro de Bissau. Estas mesmas fontes indicam que o ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, tornaram a ser levados para a prisão após terem sido libertados na noite passada por elementos da Guarda Nacional.

Mais pormenores aqui com Mussa Baldé que esteve em directo no noticiário das 17 horas:

02:14

Correspondente da RFI em Bissau, Mussa Baldé, em directo no jornal das 17 horas

Recorde-se que o ministro da Economia bem como o secretário de Estado do Tesouro, foram colocados ontem em prisão preventiva, depois de terem sido ouvidos pelo Ministério Público sobre pagamentos de cerca de 10 milhões de Dólares feitos em nome do Estado guineense a 11 empresários, por intermédio de um crédito a um banco comercial de Bissau.

"Uma noite apavorada"

Os acontecimentos desta madrugada não deixam de suscitar reacções nomeadamente no seio da sociedade civil. Ouvido pela RFI, Fodé Sanhá, presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz e Democracia, dá conta de uma "noite apavorada". "Amanhecemos com os tiros. Neste momento, já há uma comunicação oficial do Estado-Maior das Forças Armadas que tem detalhado o que tem acontecido", refere o activista.

Questionado sobre os confrontos que se seguiram ao resgate à força do Ministro da Economia e do Secretário de Estado do Tesouro, o activista considera que "as Forças Armadas devem distanciar-se dos políticos, os políticos devem distanciar-se das Forças Armadas e devem deixar a justiça andar por si".

Por outro lado, Fodé Sanhá refere também estar expectante quanto a um eventual pronunciamento dos órgãos de soberania sobre o sucedido. "Espero que se pronunciem. É por isso que estamos a interpelar as autoridades, para que o governo e órgãos de soberania falem à sociedade para de facto podermos ver se há autenticidade na informação do Estado-Maior General das Forças Armadas, porque quando a coisa acontece, há níveis que devem se pronunciar", diz este representante da sociedade civil.

01:13

Fodé Sanhá, presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz e Democracia

Até esta tarde, exceptuando o Estado-Maior das Forças Armadas, nem a Presidência da República, nem o governo, nem o Parlamento tinham prestado declarações oficiais sobre os acontecimentos da noite passada na capital guineense. 

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