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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau: Forças Armadas dizem que "situação voltou à normalidade"

Um comunicado do vice-chefe das Forças Armadas informou que "a situação voltou à normalidade", depois de esta manhã e madrugada terem sido ouvidos tiros em Bissau. O ministro da Economia e Finanças e o secretário de Estado do Tesouro foram reconduzidos à prisão após terem sido libertados na noite de quinta-feira por soldados da Guarda Nacional.

Cidade de Bissau, Setembro 2023.
Cidade de Bissau, Setembro 2023. © RFI/Liliana Henriques
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Esta manhã e de madrugada, tiros de armas ligeiras e pesadas foram ouvidos em Bissau. De acordo com a agência Lusa, fontes militares afirmam tratar-se de confrontos entre elementos da Guarda Nacional e forças do Batalhão do Palácio presidencial. O Comandante da Guarda Nacional e mais alguns elementos da corporação foram detidos.

Um comunicado do vice-chefe das Forças Armadas informou que "a situação voltou à normalidade" e apelou à "calma dos populares". No documento, o Estado Maior General das Forças Armadas explica que "pelas 20h do dia 30 de Novembro, quinta-feira, um grupo de Brigada de Intervenção Rápida, chefiado pelo seu comandante, o Coronel Vitor Tchongo, assaltou e libertou as pessoas que estavam a ser ouvidas no estabelecimento da Polícia Judiciária" e que "as forças republicanas" repuseram "as ordens constitucionais".

Eis o ponto da situação feito às 14 horas de Paris por Mussa Baldé:

01:45

Correspondente da RFI em Bissau, Mussa Baldé, em directo no jornaldas 14 horas

A coligação no Governo na Guiné-Bissau acusou o batalhão do Palácio Presidencial de estar a fazer um uso “desproporcional e despropositado” da força após confrontos com a Guarda Nacional relacionados com a detenção de dois membros do executivo - o ministro da Economia e Finanças e o secretário de Estado do Tesouro - esta quinta-feira à noite, que foram levados para a sede da Polícia Judiciária e que daí teriam sido retirados por elementos da Guarda Nacional.

 

Entretanto, o ministro da Economia e Finanças e o secretário de Estado do Tesouro foram reconduzidos à prisão, esta sexta-feira, de acordo com a agência Lusa.

Citada pela agência Lusa, uma fonte da Coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, que pediu para não ser identificada, considerou que a troca de tiros desta madrugada e de hoje de manhã em Bissau é “um golpe de força da Presidência da República contra a Guarda Nacional que simplesmente havia protegido a vida de dois membros do governo”.

Nada justifica tal uso da força e este nível de violência indiscriminada”, disse a  fonte, pedindo à comunidade internacional que exija uma intervenção da CEDEAO, que tem no país uma força desde a tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022.

Os confrontos ocorreram numa altura em que o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan, se encontra fora do país.

O Comandante da Guarda Nacional e mais alguns elementos da corporação foram detidos e conduzidos para as instalações do Estado Maior General das Forças armadas na Amura, em Bissau, ainda de acordo com a Lusa.

Os tiros aconteceram depois de o Ministério Público ter decretado a prisão preventiva do ministro das Finanças, Sulemaine Seide, e do secretário de Estado do tesouro, António Monteiro. Esta quinta-feira à noite, os dois membros do Governo foram levados para a sede da Polícia Judiciária, de onde terão sido retirados das celas por elementos da Guarda Nacional, ainda de acordo com a agência Lusa.

Os governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a onze empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.

Suleimane Seide e António Monteiro são dirigentes do PAIGC, que lidera a coligação PAI -Terra Ranka, no Governo, juntamente com o PRS, Partido dos Trabalhadores da Guiné e mais cinco pequenas formações políticas.

O Madem G15 e a APU - PDGB são os únicos na oposição no parlamento. A oposição disse que se tratava de crime de prevaricação e desrespeito por normas orçamentais.

A detenção do titular da pasta das Finanças aconteceu no dia em que o Conselho de Ministros aprovou a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2024, agendado para discussão e votação na sessão plenária da Assembleia Nacional Popular que decorre até 27 de Dezembro.

Naquela instância, Suleimane Seidi confirmou a solicitação do crédito, defendeu que todo o processo obedeceu à legalidade e reafirmou ser um procedimento normal entre os Governos da Guiné-Bissau.

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