Presidente da Liga guineense denuncia aumento do radicalismo no país
O presidente da Liga guineense dos direitos humanos, Augusto Mário Silva alega que o radicalismo tem vindo a ganhar terreno no país, na área política e religiosa e pede uma intervenção para por cobro a esse mal.
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“Há manifestação de alguma forma de extremismo na Guiné-Bissau. Temos assistido a discursos de ódio a vários níveis, tanto ao nível da classe política, como ao nível da própria sociedade”, começou por referir o jurista guineense.
Depois, o ativista social da Guiné-Bissau referiu que este tipo de discurso extremista também é observado nas redes sociais.
"Nas redes sociais, ouvimos declarações muito preocupantes de radicalismo, de extremismo e de disseminação de ódio. É preciso de facto fazer alguma coisa para estancar esta práctica que tem estado a pôr em causa a coesão nacional”, acrescentou.
Augusto Mário Silva exemplificou que este radicalismo se pode observar tanto na relação entre as pessoas, como também nas áreas religiosas e política.
"Quando falamos extremismo e o radicalismo falamos de disseminação de discurso de ódio, tanto na relação entre os cidadãos, como na classe política, e na relação de pessoas de confissões religiosas diferentes”, disse, referindo também que têm assistido a essas manifestações que supõe estar "ainda numa fase embrionária", acrescentando que "a intervenção preventiva" poderá mitigar os seus efeitos, de modo a que não se chegue a uma fase violenta.
Ouça aqui o discurso:
Augusto Mário Silva, testemunho, agência de notícias Lusa 14-11-2022
Com o objectivo de combater o extremismo violento nasceu o projecto Observatório de Paz, financiado pela União Europeia, e que está a ser implementado pela Liga Guineense dos Direitos Humanos e pelo Instituto Marquês de Valle Flor.
A abertura de escritórios nas principais regiões do país para acompanhar e prevenir situações violentas será uma das medidas aplicadas no decorrer da implementação do projecto.
“Esse é o objectivo do Observatório de Paz, que é contribuir para a consolidação da paz, reforçar a parceria entre as organizações da sociedade civil e as instituições estatais, no sentido de construir uma sociedade coesa, unida, sem discursos de ódio, e capaz de promover um desenvolvimento sustentável com a participação de todas as esferas da sociedade”, garantiu Augusto Mário Silva.
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