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Guiné-Bissau

Presidente guineense dirigiu-se à Nação depois de tentativa de golpe

O Presidente da Guiné-Bissau acaba de se dirigir à Nação depois de ter sido hoje alvo de uma tentativa de golpe de Estado quando se encontrava juntamente com o Primeiro-Ministro e membros do executivo no Palácio do Governo na capital, que foi cercado por homens equipados com armamento das Forças Armadas.

Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, admite ter-se tratado de uma tentativa de golpe de Estado (aqui foto de arquivo em Paris).
Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, admite ter-se tratado de uma tentativa de golpe de Estado (aqui foto de arquivo em Paris). © AFP - LUDOVIC MARIN
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Depois de horas de incerteza sobre a situação que prevaleceu no Palácio do Governo a partir de onde se ouviram tiros numa altura em que o Chefe de Estado se encontrava no edifício a presidir uma reunião do Conselho de Ministros, fontes militares indicam que Umaro Sissoco Embaló foi retirado do recinto e levado para o Palácio Presidencial.

Fontes governamentais indicam que militares entraram no Palácio do Governo por volta das 17h20 e ordenaram a saída dos membros do executivo que estavam no local.

« Apelo à população em geral para se manter serena. Dizer-lhes que as nossas republicanas, de defesa e segurança conseguiram estancar este mal que o eixo do mal queria impor à Guiné-Bissau, pessoas que fizeram um atentado contra a democracia » apelou em conferência de imprensa o Presidente guineense que ao relatar o sucedido, disse que tinha estado sob intenso tiroteio durante cinco horas « com armas pesadas » e que tinha havido “muitos mortos de um lado e do outro”. 

« A Guiné-Bissau está de luto, porque há alguns valentes filhos da Guiné que tombaram hoje, por causa da ambição de duas ou três pessoas que entendem que este país não tem o direito de viver em paz », disse ainda o Presidente que ao referir que os seus agressores « não queriam apenas dar um golpe de Estado, queriam matar o Presidente da República, o primeiro-ministro e os ministros », acrescentou que foi « uma coisa muito bem organizada e concertada ».

 « Não são apenas os militares que estiveram metidos nisto. Isto tem que ver também com o nosso combate ao narcotráfico » e que tem «noção do preço que poderá pagar pelo seu combate ao narcotráfico », declarou ainda Umaro Sissoco Embaló.

« A situação está sob controlo » e « houve detenções », garantiu ainda o Presidente referindo que “pelo que sabe até aqui”, não houve ministros feridos. 

Ao referir que foi contactado ao longo da tarde por vários chefes de Estado, pelo Presidente do Conselho Europeu Charles Michel, bem como pelo secretário-geral das Nações Unidas, Umaro Sissoco Embaló disse que “haverá algo que tem que mudar” mas que “não tem cultura de violência” e que é “um homem pacífico”. 

Esta tentativa de golpe de Estado acontece poucos dias depois de o Presidente ter procedido à maior remodelação governamental operada desde Abril do Ano passado. 

Esta remodelação sucedeu num contexto em que tem prevalecido algum mal-estar entre o Presidente e o chefe do governo, uma tensão que se materializou nomeadamente quando o governo mandou reter em finais de Outubro um avião Airbus A340 vindo da Gâmbia que tinha aterrado em Bissau com autorização presidencial. 

A tentativa de golpe de Estado foi condenada pela União Africana que deu conta da sua "viva preocupação", pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que exigiu que « os militares regressem aos seus quartéis e mantenham uma postura republicana”, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, bem como por Portugal.

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