Guiné-Bissau: campanha eleitoral arranca com dois Governos
Guiné-Bissau arrancou esta sábado campanha eleitoral com dois primeiros-ministros e dois Governos. Face à crise política, é aguardada a chegada a Bissau de uma missão de alto nível da CEDEAO.
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Arrancou este sábado, num clima de incerteza quanto ao Governo do país, a campanha eleitoral para as presidenciais marcadas para o próximo dia 24 de novembro.
No entanto, face à crise politico-institucional que se vive, deslocou-se a país a delegaçao de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), dirigida pelo chefe da diplomacia do Niger, Kalla Ankourao, e ainda vários outros responsáveis do organismo, entre os quais o presidente da comissão da organização oeste africana, Jean Kassi Brou.
A delegação terá encontros com diversas autoridades, nomeadamente com o Presidente do país, José Mário Vaz (no domingo), com o primeiro-ministro, Aristides Gomes e líderes partidários guineenses, bem como com a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
É importante relembrar que a CEDEAO é mediadora da crise guineense desde o golpe de estado de 2012, e desde então a ECOMIB, força militar de estabilização desta organização sub-regional, está estacionada no país com mandatos por diversas vezes revogados.
Entretanto, os dois executivos guineenses continuam a troca de comunicados e acusações, com a população e o nome dos militares pelo meio.
Os guineenses mostram-se apreensivos, sobretudo para saber qual vai ser a posição dos militares perante mais esta contenda entre os políticos, sendo que as Forças Armadas continuam até aqui confinados nos seus aquartelamentos.
Este sábado, o Governo de Faustino Imbali fez saber que suspendeu de funções o comissário-geral da polícia, o general Armando Nhaga, que em declarações à RFI, disse que não acata ordens de um governo ilegal.
O Governo que está em efectividade de funções, o do primeiro-ministro, Aristides Gomes, apelou, por seu lado, à calma da população, frisando estar no comando do país, pelo que que toda a atenção deve ser concentrada na segurança da campanha eleitoral que arrancou este sábado.
Mussa Baldé, correspondente na Guiné-Bissau
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