Acesso ao principal conteúdo
Crimeia/Missão

Observadores internacionais são barrados novamente por homens armados na Crimeia

Pelo segundo dia consecutivo, os observadores militares da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) foram impedidos de entrar na península ucraniana da Crimeia pelas tropas pró-Rússia nesta sexta-feira (7). A equipe pretendia dialogar com as autoridades locais além de tentar avaliar a situação na região ocupada por milícias pró-Rússia e milhares de soldados do país vizinho.

Militar armado, supostamente russo, faz a guarda da base militar perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia, nesta sexta-feira (7).
Militar armado, supostamente russo, faz a guarda da base militar perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia, nesta sexta-feira (7). REUTERS/David Mdzinarishvili
Publicidade

A missão da OSCE enviada à Ucrânia a pedido de autoridades ocidentais e de Kiev, é formada por 47 militares de 25 dos 57 países membros da organização. Eles foram escoltados por cerca de 50 veículos que também levavam partidários do governo ucraniano até a península da Crimeia.

Na cidade de Tchongar, em uma das rodovias de acesso à península, militares encapuzados portando fusis e bandeiras russas impediram os observadores de continuar o caminho. De acordo com o governo russo, os representantes da organização foram barrados porque não haviam sido oficialmente convidados pelas autoridades da Crimeia.

Ontem, o grupo já havia feito uma primeira tentativa de chegar à região, mas foi obrigado a fazer meia-volta ao serem interceptados por homens armados.

Os observadores da OSCE têm a missão de tentar acalmar os ânimos na Crimeia, região habitada por russófonos e marcada por um forte movimento separatista. A tensão aumentou ainda mais na quinta-feira (6), quando o parlamento do local anunciou que vai realizar um referendo no dia 16 de março. Os habitantes da Crimeia poderão optar entre a independência da região ou a anexação da região à Rússia – iniciativa saudada por Moscou.

Referendo é “grave e preocupante”

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, julga que o anúncio do referendo pelas autoridades da Crimeia é “grave e preocupante”. Ele fez um apelo hoje para que as autoridades ucranianas e da península tratem da questão com calma e que primeiro trabalhem para restabelecer a paz na região.

Para a comunidade internacional, a inclusão da Crimeia ao território russo é uma possibilidade absurda. O chanceler francês, Laurent Fabius, declarou que essa anexação contraria as regras constitucionais da Ucrânia. O presidente francês François Hollande, também criticou a realização do referendo. Para ele, o processo só será válido se Kiev for o responsável pela organização do referendo.

Putin rejeita advertência

O presidente russo Vladimir Putin rejeitou a advertência feita ontem pelo presidente americano Barack Obama por telefone sobre violar a soberania e a integridade do território ucraniano com o envio de tropas à Crimeia. Putin afirmou hoje, através de comunicado, que a Rússia não pode ignorar pedidos de ajuda dos russófonos.

Guardas de fronteira da Ucrânia informaram que há no momento 30 mil soldados russos Crimeia, em comparação com 11 mil antes da crise, baseados permanentemente com a frota russa do mar Negro em Sebastopol. Mas Putin segue negando que os militares que invadiram a região estejam sob o comando de Moscou.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.