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França/Política

Eventual aumento de imposto sobre diesel provoca debate na França

Em sua manchete deste sábado, Le Monde se questiona sobre a necessidade de aumentar o imposto sobre o diesel, "esse vício francês", nas palavras do jornal. Sugerida pelo Tribunal de Contas da França em um relatório publicado nesta sexta-feira, essa medida deixa o governo em uma posição difícil e provoca discussões acaloradas dentro do Partido Socialista.

O Tribunal de Contas da França recomendou um aumento do imposto sobre o diesel que pode deixar François Hollande em situação delicada.
O Tribunal de Contas da França recomendou um aumento do imposto sobre o diesel que pode deixar François Hollande em situação delicada. REUTERS/Giampiero Sposito
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Os argumentos dos magistrados a favor da alta do diesel são a eficácia da pressão fiscal em termos de proteção do meio ambiente, os gases nocivos emitidos pelos motores a diesel, que podem provocar câncer, e os € 7 bilhões de receitas suplementares, que reforçariam o orçamento do Estado.

Mas aumentar o custo do diesel é "politicamente delicado", lembra Le Monde, já que mais de dois terços dos carros emplacados em 2012 na França têm motores que funcionam com esse tipo de combustível.

Os motoristas de caminhão, os pescadores, os agricultores e os fabricantes de automóveis já se mobilizam contra a medida. Além disso, o jornal aponta que boa parte do Partido Socialista do presidente François Hollande também se opõe devido ao provável impacto no poder aquisitivo da população.

E não é só o possível aumento do diesel que preocupa as montadoras e concessionárias. Na reportagem principal do seu caderno de economia, Le Figaro analisa a queda de mais de 12% nas vendas de carros novos no país, que afeta principalmente as marcas francesas. O número de novos emplacamentos é o mais baixo dos últimos 15 anos.

O motivo, segundo o jornal, é o aumento do desemprego e a consequente queda no poder aquisitivo, mas também as mudanças de comportamento e estilo de vida. Tudo isso está levando muitos consumidores a optarem por carros usados, transporte público ou o compartilhamento de veículos.

Queda de popularidade

Libération dedica sua capa aos desafios que o presidente François Hollande deve enfrentar em 2013. O ano não começou nada bem para ele, com uma economia estagnada, o desemprego em alta e uma queda de popularidade inédita. Apesar disso, o jornal progressista afirma que Hollande se recusa a modificar o ritmo e a orientação de suas reformas, além de permanecer vago sobre certos temas.

Libération se pergunta se Hollande será capaz de fazer escolhas claras sobre temas polêmicos como os impostos ou a aposentadoria, necessárias para diminuir o déficit do país. O diário também alerta que com essa postura os socialistas correm o risco de perder sua vantagem nas eleições municipais e europeias marcadas para o ano que vem.

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