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Tragédia/Santa Maria

Após tragédia de Santa Maria, Justiça decreta prisão de quatro pessoas

A Justiça de Santa Maria decretou a prisão preventiva de dois proprietários da discoteca Kiss e de dois músicos do grupo Gurizada Fandangueira que fazia um show no local na hora do incêndio que deixou 231 mortos na madrugada de domingo. Os quatro donos da boate também tiveram os bens bloqueados.

O empresário Mauro Hoffman, um dos sócios da boate Kiss, se entrega a polícia.
O empresário Mauro Hoffman, um dos sócios da boate Kiss, se entrega a polícia. REUTERS/Stringer
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De acordo com a Defensoria Pública, o objetivo da ação judicial é o de assegurar uma reserva de patrimômio para eventual pagamento de indenizações aos familiares das vítimas. Nesta segunda-feira, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, proprietários da discoteca Kiss, tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça por 5 dias. Do grupo, o cantor e o segurança também foram detidos.

Segundo os relatos de testemunhas, o vocalista da banda lançou um sinalizador que teria iniciado o fogo. Para a polícia, aliás, essa parece ser a hipótese mais plausível para começar a entender a tragédia. "Estamos tentando verificar qual foi a causa que originou o incêndio. Se foi, efetivamente, o sinalizador lançado pelos músicos do grupo no local do evento, mas ainda não se pode dizer que foi isso”, declarou delegado o Sandro Meinerz, responsável pelo caso.

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Entrevista com o delegado Sandro Meinerz

"Vamos descobrir o responsável", prometeu o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Para evitar que uma nova tragédia se repita, o governador afirmou que a legislação para o funcionamento de casas noturnas e bares precisa ser profundamente modificada.

A polícia continua a perícia no local do incêndio, mas alguns elementos importantes ainda não foram esclarecidos. O circuito interno de vídeo da boate, que poderia ajudar a esclarecer as circunstâncias do incêndio, não foi encontrado. Os donos da casa noturna afirmaram que não há registro da noite da tragédia, pois as câmeras não funcionavam há 3 meses.

Sem todas as peças, as autoridades policiais locais temem que as investigações sejam longas, mas já é certo que a falta de saídas de emergência aumentou a proporção da tragédia. “O acesso era muito pequeno, muito restrito, o que afunilou a saída das pessoas. Havia cerca de mil pessoas. E essas pessoas tiveram dificuldade de sair”, disse Meinerz.

Protestos

Ontem, pelo menos 30 mil pessoas participaram de uma passeata em silêncio pelas ruas de Santa Maria exigindo justiça para as vítimas do incêndio. O protesto foi convocado nas redes sociais por universitários. A marcha silenciosa terminou em frente dos destroços da casa noturna.

 

 

 

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