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Visita de Hollande à Argélia é destaque na imprensa francesa

As críticas à visita do presidente François Hollande à Argélia foi um dos principais temas abordados pela imprensa francesa nessa sexta-feira. As denúncias de trabalho escravo moderno e os últimos números do desemprego na quinta maior economia mundial também foram destaques nos jornais do país.

Os presidentes da França, François Hollande (e) e da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, tentaram melhorar as relações entre os dois países.
Os presidentes da França, François Hollande (e) e da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, tentaram melhorar as relações entre os dois países. REUTERS/Bertrand Langlois
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Em quatro páginas dedicadas à visita de estado de François Hollande à Argélia, o jornal Libération conclui que o episódio foi uma ocasião perdida pelo presidente francês. “Politicamente, simbolicamente e economicamente, essa viagem foi uma grande decepção”, resumiu o jornal em sua manchete ilustrada com a foto de Hollande desfilando pelas ruas de Argel.

O presidente francês encerrou sua visita com um discurso no qual reconheceu o caráter brutal e injusto da colonização, mas não pediu desculpas. Com palavras duras, o editorial do Libé fala de cinismo francês, já que Paris não reconheceu oficialmente os crimes de guerra e os massacres cometidos durante a época em controlava sua ex-colônia. “A França quer a democracia em todos os lugares, menos na Argélia”, afirma o jornal.

Durante dois dias, Hollande tentou apagar os desentendimentos que marcaram os 50 anos de história comum entre a França e sua ex-colônia. La Croix considera que a relação entre os dois países avança a passos lentos. “Hollande fixou como objetivo dizer a verdade para construir as bases de um futuro comum”, relatou o jornal católico.

Economia

O conservador Le Figaro dedica sua reportagem principal no caderno de economia às previsões negativas para o emprego e o crescimento da França, reveladas ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas. “O cenário não é nada animador”, estima o jornal, ao lembrar que o número de desempregados pode chegar a 11% em seis meses. Além disso, o Instituto prevê que o país vá crescer apenas 0,1% em 2013, índice bem inferior aos 0,8% previstos pelo governo. “Esse objetivo parece cada vez mais uma missão impossível”, escreve o Le Figaro.

Trabalho escravo

O comunista L'Humanité acusa diversas empresas francesas de promoverem o trabalho escravo no país. Segundo o jornal, pelo menos 150 mil estrangeiros que vieram trabalhar na França sofrem com contratos precários. A reportagem cita o caso de um grupo de portugueses contratados para uma obra de construção civil que foram alimentados apenas com pão e pepino, viviam apertados em pequenos apartamentos e ganharam apenas 150 euros após dois meses de trabalho (cerca de 410 reais). “Essa é a escravidão moderna”, denuncia L'Humanité.

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