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Síria/ Jornalistas

Sarkozy volta atrás e admite que jornalista ferida não deixou a Síria

Depois de ter declarado durante a tarde que a jornalista Edith Bouvier, ferida na cidade de Homs, havia sido retirada do país e que já estaria no Líbano, o presidente francês teve que voltar atrás quando o jornal Le Figaro, para o qual a repórter trabalha, confirmou que a jovem ainda não havia deixado o território sírio. O chefe de Estado se desculpou pelo anúncio precipitado. O fotógrafo britânico Paul Conroy já foi transferido para o Líbano.

A jornalista Edith Bouvier e o fotógrafo britânico Paul Conroy, feridos na semana passada em um bombardeio em Homs, na Síria, chegaram nesta terça-feira ao Líbano.
A jornalista Edith Bouvier e o fotógrafo britânico Paul Conroy, feridos na semana passada em um bombardeio em Homs, na Síria, chegaram nesta terça-feira ao Líbano. Reuters
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O presidente francês chegou a afirmar que as negociações para a transferência de Edith Bouvier para o Líbano haviam sido complicadas. “Eu estou contente que esse pesadelo tenha chegado ao fim”, disse o chefe de Estado.

Mas poucas horas depois da declaração, a direção do jornal Le Figaro desmentiu a informação e disse que sua repórter continuava em território sírio. “As comunicações são muito difíceis com Homs”, recuou Nicolas Sarkozy. “Eu fui impreciso agora pouco, e peço desculpas por isso”, disse o presidente, lembrando que a situação é complexa.

Enquanto isso a retirada do fotógrafo britânico Paul Conroy, que também estava em Homs, foi confirmada na manhã desta terça-feira pelo jornal Sunday Times e pelo ministério britânico de Relações Internacionais. As autoridades informaram que Conroy estava “em segurança no Líbano, onde recebeu assistência do consulado britânico”.

A organização de defesa dos direitos humanos, Avaaz, teria coordenado, juntamente com militantes sírios, a saída de Conroy de Homs e sua chegada no Líbano. Segundo a organização, 13 militantes morreram durante as operações de resgate. Comitês locais de coordenação (LCC) afirmaram, por sua vez, que o jornalista teria sido retirado pelo Exército sírio livre, que reagrupa militares que desertaram.

Edith Bouvier e Paul Conroy foram feridos durante o bombardeio que matou a jornalista americana do Sunday Times, Marie Colvin, e o repórter fotográfico francês, Remi Ochlik no dia 22 de fevereiro.

A organização síria Crescente vermelho e o Comitê internacional da Cruz Vermelha, envolvidos nas negociações para a retirada dos jornalistas, indicaram sua retirada de Homs hoje. A cidade batizada de “capital da revolução” pelos militantes, está cercada pelo Exército pelo 25º dia consecutivo para reprimir a contestação ao regime do presidente Bashar Al Assad.

ONU

A delegação da síria nas Nações Unidas em Genebra se retirou dos debates do Conselho dos direitos humanos da ONU sobre a situação humanitária na Síria, nesta terça-feira. Os representantes do país alegaram que não reconheciam a legitimidade da sessão.

Em resposta, o Catar, a Turquia, a Arábia Saudita e o Kuait depositaram um projeto de resolução pedindo ao regime de Bashar Al Assad que autorize o livre acesso da ONU e de agências humanitárias ao país. O acesso deve permitir uma avaliação completa das necessidades de Homs e de outras regiões, e também levar artigos de primeira necessidade aos civis afetados pela violência.

A Alta comissária para os direitos humanos, Navi Pilay, exigiu um “cessar fogo humanitário imediato” para permitir o fim da violência e que a ONU ajude a população.

As Nações Unidas também divulgaram um novo balanço do número de mortos na Síria. Segundo a ONU, a repressão do regime sírio já teria feito mais de 7500 vítimas fatais no último ano. 

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