A dois dias da primeira volta das eleições presidenciais, Paris voltou ontem a ser palco de um ataque terrorista. Um polícia perdeu a vida e dois ficaram feridos com gravidade na sequência de um tiroteio na Avenida Campos Elísios.O Presidente francês, François Hollande garantiu que as autoridades vã estar particularmente vigilantes durante o acto eleitoral de domingo, mas qual o impacto deste atentado na eleição de domingo? Neidy Ribeiro colocou esta questão ao analista Rui Neumann.Na recta final da campanha para a primeira volta das eleições presidenciais francesas fazemos o balanço com apoiantes das campanhas dos cinco principais candidatos ao escrutínio de domingo.Apesar de ter sido, de forma inesperada, escolhido como favorito pelo seu partido nas primárias do Partido Socialista - face ao antigo primeiro-ministro Manuel Valls - Benoît Hamon fez uma campanha na qual defende o aumento do salário mínimo. O candidato socialista representa um partido fragmentado como explicou autarca socialista na Câmara de Paris, Hermano Sanches Ruivo, que apoia o candidato do partido socialista.Jean-Luc Mélenchon, candidato do movimento "A França Insubmissa" manifesta-se contra as reformas francesas e contra a política de endividamento europeia. O antigo deputado socialista e antigo eurodeputado é apoiado pelo Partido Comunista Francês. A deputada municipal em Gentilly, junto a Paris, Cristina Semblano tem feito campanha por Jean-Luc Mélenchon destaca a adesão popular na campanha de Jean Luc MélenchonA líder da Frente Nacional, partido de extrema-direita, Marine Le Pen, apresenta um discurso anti-imigratório, anti-europeu e assume-se como a candidata anti-sistema que defende um programa proteccionista com o lema "Primeiro a França". Marine Le Pen afastou-se de algumas posições do pai Jean-Marie Le Pen como explica Davy Rodríguez de Oliveira, vice-presidente da juventude da Frente Nacional.Emmanuel Macron que fundou no ano passado o movimento "Em Marcha" pretende reformar a União Europeia. O movimento em marcha estendeu-se até alguns países europeus. Foi o caso de Portugal com o movimento "Lisboa em marcha" no qual o programa e campanha de Emmanuel Macron foi debatida. Em Portugal encontram-se entre 50.000 a 60.000 eleitores. O candidato em marcha é apoiado pelo português José Lopes que justifica o apoio ao candidato independente.O candidato à presidência pelo partido de centro-direita Os Republicano François Fillon defende um programa que combina uma abordagem liberal da economia e conservadora no campo social. Paulo Marques é presidente do Comité de Apoio Portugueses com François Fillon e apoia o antigo primeiro-ministro.A estes cinco principais candidatos somam-se os nacionalistas Nicolas Dupont-Aignan e François Asselineau, a trotskista Nathalie Arthaud, o independente Jacques Cheminade, o deputado de centro Jean Lassalle e o líder do Novo Partido Anti-capitalista Philippe Poutou.A primeira volta das eleições presidenciais decorre este domingo 23 de Abril que poderá acompanhar aqui nas nossas emissões especiais na RFI em Português a partir das 18h00 de Paris.
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O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que Portugal deve liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento. "A história da reparação do período colonial é inadiável", acredita António Pinto Ribeiro, programador cultural e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.29/04/202409:41