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França

"Um ano depois, o assassino continua à solta"

A edição especial do jornal satírico francês Charlie Hebdo, para assinalar o primeiro aniversário dos atentados de 7 de Janeiro de 2015, já se encontram nas bancas. O cartoonista francês Riss escolheu a figura de Deus para ilustrar o "assassino que continua à solta".

Última edição do semanário francês Charlie Hebdo com o título "Um ano depois, o assassino continua à solta"
Última edição do semanário francês Charlie Hebdo com o título "Um ano depois, o assassino continua à solta" REUTERS/Benoit Tessier
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Um ano depois dos atentados terroristas de Janeiro de 2015, o jornal satírico Charlie Hebdo publica hoje um milhão de exemplares desta edição especial que assinala o primeiro aniversário do ataque que vitimou mortalmente oito jornalistas do Charlie Hebdo.

Nesta edição especial figuram desenhos dos jornalistas franceses Cabu, Charb, Wolinski, Tignous e Honoré.

A estas ilustrações juntam-se muitas outras, contanto com colaborações exterior como a ministra da cultura francesa Fleur Pellerin, mas também das actrizes Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg, Julienne Binoche, Karine Viard e do actor François Cluzet. Nesta edição asssinam também a jornalista Caroline Fourest, o trompetista Ibrahim Maalouf ou ainda Russell Banks e Élisabeth Badinter

Apesar da sobrevivência do Charlie, "sentimo-nos numa solidão gritante. Queríamos que outros fizessem sátira", diz um dos seus responsáveis, Eric Portheault. "Ninguém se juntou a nós neste combate porque é perigoso. As pessoas podem morrer".

O director da publicação Riss defende hoje, em editorial, a defesa da laicidade e denuncia "os fanáticos embrutecidos pelo Corão" que desejavam a morte do jornal, este que "arriscou ao fazer humor em torno da religião".

"Em 2006, quando Charlie publica as caricaturas de Mahomet, ninguém pensaria seriamente que um dia acabasse desta forma violenta (...) na altura víamos a França como uma ilha laica, onde era possível brincar, desenhar, divertir-se sem se preocupar com dogmas. Desde essa altura, muitos esperavam pelo dia em que nos caíssem em cima. Sim, muitos esperavam que nos matassem", escreve hoje Riss em editorial.

Em entrevista à RFI, o jornalista moçambicano, Machado da Graça destaca que o humor não é um crime.

"O humor não é um crime absolutamente não. E as pessoas devem ter direito (...) de insultar. Este episódio não é uma ilha. A França, para ser um país laico, não pode alimentar guerras religiosas. E se alimenta guerras religiosas, arrisca-se ao que está a acontecer", Machado da Graça.

00:31

Machado da Graça, jornalista moçambicano

O cartoonnista cabo-verdiano Alberto Fortes defende que todos os artistas têm o direito de expor "o que sente e aquilo em que acredita. Esta é a principal forma que usamos para transmitir informações, ideias, sentimentos e vivências. E este ataque ao Charlie Hebdo, foi uma infelicidade".

00:53

Cartoonnista cabo-verdiano Alberto Fortes

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