Médico francês que abreviou a vida de sete idosos é inocentado pela justiça
A justiça francesa inocentou nesta quarta-feira (25) o médico Nicolas Bonnemaison, acusado de ter abreviado a vida de sete pacientes idosos em 2010 e 2011. O médico do hospital de Bayonne (sudoeste), de 53 anos, foi julgado por supostos "envenenamentos". Ele ministrou aos idosos, a maioria em estado terminal, medicamentos que aceleraram as mortes. Após quatro horas de deliberação dos jurados, o médico ouviu, sob aplausos, que ele não havia cometido nenhum crime.
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O caso Bonnemaison criou polêmica. Algumas famílias de pacientes mortos contestam a versão de que seus familiares estavam em estado terminal. Outras ficaram agradecidas pelo médico ter aliviado seu sofrimento.
Bonnemaison poderia ter sido condenado à prisão perpétua, mas os jurados do tribunal de Pau foram clementes. Na terça-feira, a promotoria já tinha sinalizado que não pretendia enviar o médico à cadeia, requisitando apenas cinco anos de prisão em regime aberto, sob o argumento de que Bonnemaison "não é um assassino".
Os jurados estimaram que o médico agiu em um contexto bem específico: os pacientes mortos sofriam de doenças incuráveis e não estavam mais recebendo tratamento. O fato de Bonnemaison não ter comunicado à enfermagem nem às famílias sobre o coquetel letal administrado aos pacientes, não parece ter perturbado o júri. "Não ficou provado que ele tinha a intenção de matar ao aplicar as injeções, no sentido do artigo 221-5 do Código Penal", justificou o júri.
Os advogados do médico, que exibiu um amplo sorriso ao ouvir a sentença, consideram esta decisão da justiça francesa um marco nos debates sobre a eutanásia.
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