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França/Sarkozy/Justiça

Nicolas Sarkozy reage pela primeira vez às acusações de corrupção

O ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, reagiu pela primeira vez às acusações de corrupção que vem sofrendo nos últimos dias. Em uma tribuna publicada no jornal Le Figaro desta sexta-feira (21), o ex-chefe de Estado diz ser inocente, fala de “instrumentalização da Justiça” e critica a postura do governo socialista.

Nicolas Sarkozy não se exprimia oficialmente em público desde 2012.
Nicolas Sarkozy não se exprimia oficialmente em público desde 2012. Reuters
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Em sua primeira reação pública às revelações sobre seu possível envolvimento em um escândalo de tráfico de influência, Nicolas Sarkozy rebateu todas a acusações feitas contra ele. O ex-presidente, que não se exprimia oficialmente desde maio de 2012, diz ter rompido o silêncio, pois “os princípios sagrados da nossa República foram pisoteados com uma violência inédita e uma ausência de escrúpulos sem precedentes”. No texto, intitulado “O que eu quero dizer aos franceses”, o ex-chefe de Estado afirma ser inocente e diz que nunca pediu para estar acima da lei, “mas também não posso aceitar ficar abaixo dela”.

Sarkozy é visado por um processo de tráfico de influência e violação de sigilo profissional. Seus telefones foram grampeados durante mais de seis meses como parte de uma investigação sobre as suspeitas de financiamento de sua campanha presidencial de 2007 pelo ex-dirigente líbio Muammar Kadafi. “Os juízes escutam as conversas que tive como responsáveis políticos e estrangeiros. As discussões com meu advogado foram gravadas sem nenhum constrangimento”, relata o francês. “Não se trata de atos cometidos por um ditador contra seus opositores. Trata-se da França!” revolta-se Sarkozy, que compara os procedimentos da justiça aos métodos da Stasi, a polícia secreta na Alemanha Oriental, antes da queda do Muro de Berlim. 

O ex-chefe de Estado também aproveita a tribuna para falar de suas pretensões eleitorais, respondendo aos rumores de uma possível tentativa de volta ao poder nas próximas eleições presidenciais. “Apesar do que vem sendo escrito diariamente (na imprensa), eu não sinto o menor desejo de me envolver hoje na vida política do nosso país”, declarou.

Socialistas reagem

Antes mesmo da publicação da tribuna na edição impressa do Figaro, os trechos divulgados no site do jornal provocaram reações do partido do governo. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, disse que a comparação entre a França e a Alemanha do Leste durante o comunismo “é insuportável” e que o fato de contestar a honra da justiça e da polícia representa um “erro moral grave”. Mesmo tom do lado do ministro francês do Interior, Manuel Valls. Para o socialista, o paralelo feito com a Stasi “desqualifica as críticas de Nicolas Sarkozy”.

A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, também replicou à tribuna do ex-presidente. “Eu não vou aceitar essa injúria visando os cidadãos franceses e os juízes, assim como esse ataque às instituições da República”.
 

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