"Silicon Valey" francês esbarra em lentidão burocrática

Conhecido como o “Silicon Sentier”, em alusão ao Silicon Valley californiano, a região de Sentier, na segunda circunscrição de Paris, concentra os escritórios de algumas das principais empresas de inovação tecnológica e start-ups de Internet francesas. No lançamento do Concurso Mundial de Inovação, nesta segunda-feira, o presidente François Hollande conheceu o trabalho de alguns empreendedores da região e também ouviu críticas.

O presidente francês François Hollande e Anne Lauvergeon, presidente da comissão "Inovação 2030", durante lançamento na empresa Mauna Kea, em Paris, nesta segunda-feira, 2 de dezembro de 2013. REUTERS/Francois Mori/Pool

O concurso, preparado pela comissão batizada de Innovation 2030 e presidido por Anne Lauvergeon – ex-diretora da multinacional Areva – tem por objetivo atrair para a França projetos tecnológicos inovadores e favorecer o desenvolvimento de empresas na área de transição ecológica e energética, de ciências da saúde e também de novas tecnologias digitais. Para dar início ao evento, François Hollande visitou a empresa Manau Kea, criadora do menor microscópio flexível do mundo, o Cellvizio, utilizado na área médica de imagens.

A empresa de 100 empregados, que concebeu e fabrica seu produto na França, se desenvolve principalmente nos Estados Unidos e na Ásia, tendo dificuldade em encontrar um bom ambiente de negócios em seu próprio país. Segundo Anne Lauvergeon, o Hollande discutiu o problema com o diretor da empresa, Sacha Loiseau. “Existe uma diferença de ritmo entre o sistema americano, onde se leva 13 meses para se obter uma homologação, e o francês, em que não há prazos e a espera é muito longa”, reconheceu a presidente do concurso. Lauvergeon assegurou, no entanto, que o governo trabalha para que haja uma aceleração deste processo.

O Concurso Mundial de Inovação será lançado por Hollande oficialmente na tarde de segunda-feira, tendo entre os convidados do evnto o engenheiro brasileiro Nelson Maculan Filho, membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-secretário de educação superior do Ministério da Educação. O concurso é aberto a franceses ou estrangeiros e vai selecionar 30 projetos que poderão receber, a partir de 2014, 2 milhões de euros cada um.