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ONU/Síria

Hollande, Kerry e Hague preparam resolução 'robusta' contra Síria

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler britânico, Wiliam Hague, são recebidos hoje no Palácio do Eliseu pelo presidente François Hollande e pelo chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius. Eles discutem o conteúdo da resolução a ser apresentada no Conselho de Segurança da ONU, com base no capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que abre caminho ao uso da força caso a Síria não cumpra o acordo de desarmamento assinado sábado entre Rússia e Estados Unidos.

Hollande (centro) recebe Kerry (à esq.) e Hague (à dir.) nesta segunda-feira, 16 de setembro de 2013, no Palácio do Eliseu, em Paris.
Hollande (centro) recebe Kerry (à esq.) e Hague (à dir.) nesta segunda-feira, 16 de setembro de 2013, no Palácio do Eliseu, em Paris. REUTERS/Philippe Wojazer
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França, Grã-Bretanha e Estados Unidos, três países membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU, defendem uma resolução "robusta" e "forte" contra a Síria. Segundo o Palácio do Eliseu, o texto deve apresentar "etapas" e "prazos precisos" no processo de desarmamento do arsenal químico sírio, de modo que o regime de Bashar al-Assad se sinta pressionado a cumprir o compromisso. A resolução poderá ser submetida a votação no Conselho de Segurança da ONU até o final da semana.

O chanceler francês declarou que o regime sírio precisa ser confrontado a "sérias consequências", se não respeitar suas promessas. O britânico Hague afirmou que a pressão será feita sobre Damasco, mas "o mundo deve estar preparado para tirar as consequências caso o regime não aplique o acordo". Kerry sublinhou que as potências ocidentais farão "tudo o que está ao seu alcance para ajudar a população síria a superar essa situação de caos e violência".

Fabius também anunciou que o apoio ocidental à oposição síria está sendo reforçado. Uma grande reunião com a coalizão nacional de oposição síria deverá acontecer na semana que vem em Nova York, informou o ministro. "O regime sírio precisa compreender que só existe uma alternativa, a negociação. E nós sabemos que para negociar uma solução política, é preciso haver uma oposição forte. Por isso, vamos reforçar o apoio à coalizão de nacional de oposição", explicou Fabius.

A Rússia sublinhou que conta com a palavra do secretário americano. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, advertiu que "ameaças podem fazer capotar o processo de paz".

Intervenção não está descartada, diz Hollande

Na noite deste domingo, em entrevista à televisão francesa, Hollande defendeu o acordo, mas alertou que uma intervenção militar não está descartada. "É uma etapa importante, mas não um ponto final”, disse o chefe de Estado francês. O arsenal será recolhido e destruído até o final do primeiro semestre de 2014. “Um calendário um pouco ambicioso”, reconheceu Hollande na TV.

O presidente francês contestou as acusações da oposição de que teria sido pressionado a seguir a política dos Estados Unidos contra a Síria. “Usamos a ameaça para chegar à solução que a França queria, que o mundo queria, isto é, uma solução diplomática.”

No sábado, o secretário de Estado americano e o chanceler russo, Serguei Lavrov, chegaram a um acordo em Genebra, após três dias de discussões, sobre um processo em etapas para acabar com o arsenal químico sírio. Entre as condições, o governo de Damasco deve entregar uma lista de suas armas em uma semana. Para o regime sírio, o acordo foi interpretado como uma vitória sobre a retórica bélica ocidental.

ONU publica hoje relatório de inspetores

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, apresenta nesta segunda-feira diante do Conselho de Segurança, em Nova York, o relatório que vai confirmar o uso de armas químicas no ataque de 21 de agosto nos arredores de Damasco. Em Genebra, a comissão de investigação das violações de direitos humanos, presidida pelo brasileiro Paulo Séergio Pinheiro, apresenta seu relatório ao Conselho da ONU.

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