Declaração de Hollande provoca nova polêmica sobre união gay
O governo francês desmentiu nesta quarta-feira as acusações de que teria dado um passo atrás na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ontem, o presidente François Hollande declarou que os prefeitos, responsáveis pela celebração da união civil, poderiam apontar substitutos para a cerimônia, se forem contra esse tipo de casamento.
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Em um congresso de prefeitos franceses, Hollande disse que um prefeito poderia delegar a celebração do casamento a um outro integrante do conselho municipal, em nome do “respeito à liberdade de consciência”. A declaração foi mal recebida por vários setores da esquerda e de associações de defesa dos direitos homossexuais.
A Ong Inter-LGBT anunciou que suspendeu “todas as relações” com o governo, “escandalizada” pelas declarações do presidente. A senadora ecologista Esther Benbassa, declarou que dessa forma Hollande “deu permissão” aos prefeitos para contornar o projeto de lei que autoriza o casamento homossexual, “antes mesmo da votação da lei”. Além disso, ela lembra que o texto do projeto é “particularmente tímido, excluindo toda a possibilidade de um casal gay ter acesso à reprodução assistida”.
A ministra da Justiça, Christine Toubira, tentou minimizar o impacto da afirmação de Hollande, explicando que o prefeito pode indicar um substituto e se abster de realizar uma união homossexual, mas que “de maneira nenhuma uma municipalidade pode recusar o procedimento”.
O casamento homossexual e a adoção de crianças por casais gays foram promessas de campanha de François Hollande. A proposta, que deve ainda ser discutida no parlamento no começo de 2013, vem provocando forte oposição, principalmente da Igreja Católica. Já os grupos de defesa dos direitos homossexuais lamentam a não inclusão do direto à reprodução assistida no projeto de lei.
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