Jornais mostram reações de candidatos franceses diante do drama de Toulouse

Dois dias após a morte Mohamed Merah, em uma operação policial, o principal suspeito dos ataques que deixaram 7 mortos, entre eles 3 crianças, na região de Toulouse, sudoeste da França, continua sendo a capa dos principais jornais.

A eficácia da ação da unidade de elite francesa no caso de Toulouse é defendida com unhas e dentes pelo governo Sarkozy.. REUTERS/Pascal Parrot

O jornal francês Le monde analisa os impactos desse massacre na atual campanha presidencial, mostrando as diferentes interpretações dos candidatos sobre o ocorrido. Crime ou crime político?  É o que se pergunta a publicação. O presidente-candidato, Nicolas Sarkozy, e a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, se fortaleceriam esquentando o debate sobre a segurança e a identidade francesa, já seu principal rival, François Hollande, do partido socialista denuncia as causas sociais do ato brutal, enquanto o centrista François Bayrou prefere mudar de tema.

O Aujourd'hui en France escreve em grandes letras que a segurança é o centro do debate da corrida para o Palácio do Eliseu. Segundo o jornal, com o anúncio feito por Sarkozy de que reforçaria medidas antiterroristas caso seja reeleito, o tema passou para a linha de frente, a apenas poucas semanas do primeiro turno.

Em uma entrevista ao diário Le Figaro, o ministro francês do interior, Claude Guéant, acusa as polêmicas levantadas sobre a eficácia dos serviços de informação franceses e a ação polícial de irresponsáveis. Ele classifica de inaceitável qualquer crítica à atuação das autoridades policiais do país. Enquanto o chefe da operação, se defende em outra entrevista afirmando ter feito de tudo para poupar a vida do jovem Merah, de 23 anos.

Le Figaro Magazine se interroga sobre a personalidade e o histórico do homem. A revista semanal quer saber quem são os islamitas radicais que ameaçam a França e como eles são formados. Nesse número, há ainda um recapitulativo detalhado do caso, recheado com infográficos e fotos das vítimas. A operação da unidade de elite que terminou com a execução de Merah, com mais de 20 balas, é revisitada passo à passo.