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França/Violência

Ataque contra escola judaica é “tragédia nacional”, diz Sarkozy

O presidente francês Nicolas Sarkozy qualificou o ataque da manhã desta segunda-feira em um escola judaica de Toulouse, no sudoeste do país, de “tragédia nacional inaceitável”. Ele anunciou que as escolas judaicas da região terão vigilância reforçada. As declarações foram feitas durante visita à escola onde um atirador matou 4 pessoas, entre elas 3 crianças entre 3 e 10 anos e um professor franco-isralense de 30 anos.

Policiais escoltam estudantes da escola Ozar Hatorah onde 4 pessoas foram assassinadas por um atirador ainda não identificado.
Policiais escoltam estudantes da escola Ozar Hatorah onde 4 pessoas foram assassinadas por um atirador ainda não identificado. AFP PHOTO / REMY GABALDA
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Um homem, equipado com duas armas, disparou em pais e alunos em frente à escola e depois invadiu o local e "atirou em tudo o que via pela frente”, segundo o procurador-geral da República em Toulouse, Valet. Em seguida, fugiu.

As crianças relataram os momentos de pânico e terror no interior do estabelecimento, invadido pouco depois das 8 horas da manhã. Alexia, de 6 anos, disse que ficou “chocada”. Segundo ela, cinco minutos após ter entrado na escola para a oração, ouviu tiros. “Tivemos muito medo. Nós fomos todos levados para uma sala, rezamos todos juntos esperando a chegada de nossos pais”, disse.

“É um atentado antissemita, abominável, o que vemos de pior. Atiraram em crianças”, declarou Charles Bensemoun, pai de uma criança que se refugiou no porão da escola.

O crime deixou toda a comunidade judaica em estado de choque. Diversas organizações religiosas qualificaram o ataque contra escola como um ato antissemita. O grande rabino da França, Gilles Bernheim, decidiu ver de perto o ataque contra a escola de Toulouse. Seu porta-voz disse que toda a comunidade judaica está "de luto". 

A comunidade judaica na França é a maior da Europa reunindo entre 500 mil e 700 mil pessoas.

Reações

São inúmeras as reações de indignação. “É um crime odioso que precisa ser esclarecido”, declarou a Comissão Europeia. Mesmo pedido feito pelo ministério israelense das Relações Exteriores.

O professor morto tinha dupla nacionalidade, francesa e israelense. Ele morava em Jerusalém e e chegou à França em setembro passado para lecionar no país por um período de dois anos.

O candidato socialista às presidenciais, François Hollande, qualificou o crime de antissemita e também viaja a Toulouse para prestar solidariedade aos familiares das vítimas. Ele decidiu suspender hoje a campanha eleitoral.

Terceira colocada nas pesquisas, a candidata Marine Le Pen, do partido frente Nacional, de extrema-direita, pediu à rede de televisão France 2 que cancele sua participação em um debate na noite desta segunda-feira.

Outros crimes

Há suspeita de que o crime desta segunda-feira tenha ligação com dois ataques similares registrados na semana passada.

Na segunda-feira passada, um soldado foi abatido por um homem circulava em uma motocicleta.

Quatro dias depois, na quinta-feira, um motociclista atirou contra um grupo de militares que estava diante de uma caixa-eletrônico, em Montauban, perto de Toulouse. Dois deles morreram e um terceiro se encontra em estado grave. 

Os investigadores já constataram que uma das duas armas usadas pelo atirador da escola judaica tem o mesmo calibre da arma utilizada contra os militares.

O ministro francês do Interior, Claude Guéant, afirmou que vê "semelhanças" entre os crimes. O presidente Sarkozy afirmou que o ministor ficará em Toulouse "o tempo que for necessário" para esclarecer os crimes. 

 

 

 

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